Igreja é radicalmente contra o uso de armas, diz teólogo

O teólogo Fernando Altemeyer Junior, chefe do Departamento de Ciência da Religião da PUC São Paulo, salienta que "as igrejas são radicalmente contra o uso de armas"; "O papa Francisco agora deixou claro que essa indústria de armas norte-americana que financia o (Donald) Trump – e agora a brasileira, que financia o (Jair) Bolsonaro – é anticristã. A Igreja não tem nada a dizer quanto às armas senão um gigantesco não", completa o teólogo

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247 - A Igreja Católica repele as campanhas em favor das armas, trava uma batalha em favor dos refugiados, tem o dever de zelar pela pluralidade de opiniões e desempenha a função de arrancar os crucificados da cruz, proclama o teólogo Fernando Altemeyer Junior, chefe do Departamento de Ciência da Religião da PUC São Paulo. Mas algumas dessas missões, alerta o estudioso, não são nada fáceis, pois sopram "contra o vento neoliberal". A entrevista foi concedida ao jornal Estado de S.Paulo.

Num País em que a posse e o porte de armas agitaram a disputa eleitoral e dividiram a sociedade – e com o novo presidente, que assume hoje, reforçando suas promessas a respeito, anteontem – Altemeyer avisa: "As igrejas são radicalmente contra o uso de armas. Isso é da Bíblia. 'Armas deverão ser transformadas em enxadas', já pregavam os profetas mais ou menos 700 anos antes de Cristo". Nesta entrevista à repórter Paula Reverbel, o teólogo critica os que defendem o fascismo em nome do cristianismo: "Ser fascista é ficar do lado de Pôncio Pilatos".

Ele diz que "o papel de igreja é de ficar do lado dos perdedores, sempre". "Para o cristianismo, tudo passa por um lugar: a cruz. Só do lado do crucificado é que a Igreja pode estar. Obviamente, não para aplaudir a crucificação, porque isso seria patético e de mau gosto. Ela tem que ajudar a arrancar os crucificados da cruz. Cada geração tem de fazer tudo de novo. Quem está na cruz? Ah, jovens com HIV? Ah, indígenas? A situação do povo negro, as periferias – ali é o lugar da Igreja, fazendo seu papel de colaboradora de ressurreição", completa. 

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Sobre a questão do desarmamento, ele diz que "o papa Francisco agora deixou claro que essa indústria de armas norte-americana que financia o (Donald) Trump – e agora a brasileira, que financia o (Jair) Bolsonaro – é anticristã. A Igreja não tem nada a dizer quanto às armas senão um gigantesco não. As armas geram morte, geram um lucro que é cheio de sangue, produzem mal-estar no Oriente Médio, estão massacrando o povo na Síria. Elas têm produzido em nosso País um verdadeiro genocídio. Nas periferias de São Paulo, 30 jovens são assassinados a cada fim de semana", ressalta. 

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