Terra Indígena Arara continua sendo alvo de invasões, diz Cimi
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário, a Terra Indígena Arara, entre Uruará e Medicilândia, no sudoeste do Pará, continua alvo de invasões e de roubo constante de madeira dentro do território; segundo Cleber Buzatto, secretário executivo do Cimi, há "uma explosão de invasões", desde os discursos recentes contra os povos indígenas, pelo presidente Jair Bolsonaro
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Rede Brasil Atual - De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Terra Indígena Arara, entre Uruará e Medicilândia, no sudoeste do Pará, continua alvo de invasões e de roubo constante de madeira dentro do território. Cleber Buzatto, secretário executivo do Cimi, cem entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã desta quinta (10), conta que há "uma explosão de invasões", desde os discursos recentes contra os povos indígenas, pelo presidente Jair Bolsonaro.
As denúncias de violações estão sendo feitas desde novembro quando o país recebeu a visita de uma delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), mas os casos estão se agravando com o passar do tempo, diz o secretário do Cimi.
O Cimi relata que, desde o dia 1º de janeiro, o risco de esbulho possessório – quando o direito à posse da terra é tomado à força – tem aumentado. Algumas regiões, como a Terra Karipuna, em Rondônia, e a Terra Arariboia, no Maranhão, viram o número de violações aumentar.
Bolsonaro e retrocessos
Uma das medidas tomadas pelo governo Bolsonaro e criticadas pelo movimento indígena é a fusão do Ministério do Meio Ambiente com o Ministério da Agricultura. De acordo com Cleber, além de radical e violenta, a ação entrega a responsabilidade sobre os direitos dos indígenas aos inimigos desses povos.
"O governo quer tornar letra morta a Constituição Federal. Isso é preocupante, porque a violência contra os povos tradicionais será perpetuada e ampliada. A Funai não foi extinta oficialmente, mas se mantém dentro de um papel decorativo, com pouquíssimas atribuições, como é de interesse para os ruralistas.", critica o secretário do Cimi.
Entretanto, os retrocessos trazidos pelo governo Bolsonaro podem criar problemas comerciais para o Brasil, diz o ativista. "Toda a parte de licenciamento ambiental foi tirada da Funai, permitindo o desmatamento na região Amazônica e terras indígenas. Há uma preocupação da comunidade internacional sobre as mudanças climáticas e esse governo pode piorar esse contexto", explica.
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