“É inegável que a homofobia também é crime de racismo”, defende advogado autor da ação no STF

Em entrevista à TV 247, o advogado e autor das ações no STF que pedem a criminalização da LGBTIfobia, Paulo Iotti, afirma que a Constituição obriga o Congresso Nacional a tomar esta atitude; ele ressalta que essa mudança não resolverá todo o problema; "Nenhuma lei penal vai resolver problemas sozinha"; assista

“É inegável que a homofobia também é crime de racismo”, defende advogado autor da ação no STF
“É inegável que a homofobia também é crime de racismo”, defende advogado autor da ação no STF


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247 - Paulo Iotti é doutor em Direito Constitucional e diretor-presidente do GADVS (Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero), além disso é autor das ações que pedem a criminalização da LGBTIfobia que foi ao STF para votação no dia 13 de fevereiro.

Iotti explica que as ações são no sentido de que se reconheça que a Constituição obriga o Congresso a criminalizar a LGBTfobia e que se considere a homofobia e transfobia como crime de racismo ou como discriminação atentatória a direitos e liberdades fundamentais. “O Legislativo cria leis se ele quiser, ele é eleito para isso, mas ele também tem que respeitar a Constituição, tanto não a violando por leis quanto por omissão”.

O advogado lembra que nenhuma lei penal resolve o problema sozinha mas ela garante mecanismos para que os cidadãos possam lutar por seus direitos por intermédio do Estado. “A Constituição manda criminalizar para proteger os direitos humanos das vítimas”.

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Paulo Iotti contou que o STF classifica racismo como “a inferiorização de um grupo social relativamente a outro” e diz que, por isso, a homofobia e transfobia se encaixam como racismo. “Se esse é o conceito constitucional de racismo, é inegável que a homofobia e a transfobia também são crimes de racismo”.

O advogado acredita que a LGBTIfobia se encaixa nos mesmos critérios de opressão que outras classes vivem. “Se criminaliza tudo nesse país quando o Estado considera opressão intolerável, ou seja, contra negros, mulheres, idosos, crianças, pessoas com HIV e etc. Então por que só com a LGBTIfobia seria diferente?”

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Iotti ainda mostra quais serão os resultados da aprovação das ações. “Vai ter esse efeito prático de punir a discriminação e discurso de ódio, vai passar para a população que o Estado considera a opressão intolerável e vai evitar a hierarquia de opressões”.

Paulo Iotti alerta que a liberdade religiosa daqueles que discordam da homossexualidade não será afetada e que o objetivo destas ações é apenas coibir o discurso de ódio. “Ninguém quer criminalizar o padre ou pastor que diz que a homossexualidade é pecado”.

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