Bruno Rocha: A crise com militares no governo do pandemônio

"Villas Bôas já virou o fio e agora parece tentar manter a sobriedade. Em termos institucionais, as Forças Armadas não têm essa exposição negativa desde o final da ditadura", afirma o cientista político Bruno Lima Rocha, professor de relações internacionais e de jornalismo e membro do Grupo de Pesquisa Capital e Estado

Bruno Rocha: A crise com militares no governo do pandemônio
Bruno Rocha: A crise com militares no governo do pandemônio


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Bruno Lima Rocha, no Jornal GGN - Na semana posterior ao tornado decorrente da divulgação das conversas nada republicanas da Lava-Jato através do site jornalístico The Intercept, três militares de alta patente e carreira completa deixaram o governo do capitão reformado da arma da artilharia, Jair Messias Bolsonaro. O ministro da secretaria de governo Carlos Alberto dos Santos Cruz foi demitido na 5ª dia 13 de junho. A demissão de Santos Cruz teria sido em função dos atritos entre um ministro minimamente racional se debatendo contra as influências de Carlos Bolsonaro (vereador pelo PSL no município do Rio de Janeiro) e do autointitulado filósofo Olavo de Carvalho e seu festival de estupidez e alucinações. Não parou por aí.

O presidente dos Correios, herdeiro ainda da Era Temer, bem relacionado com o vice-presidente general Hamilton Mourão, também foi demitido. O general Juarez Aparecido de Paula Cunha fez o que se espera de qualquer presidente de estatal. Ele, Juarez de Paula, foi ao Congresso articular a preservação de uma empresa que eles – militares – entendem se tratar de um ativo estratégico. A defesa da estatal teria sido a motivação para que Jair Bolsonaro considera-lo como de "atitude sindicalista". Este mesmo general foi às redes sociais defender a privatização dos Correios. Mas já teria sido tarde demais. Mais um general que sai do governo.

A semana começa com o também general Franklimberg Ribeiro de Freitas, presidente da FUNAI, que teria tomado horror à postura encontrada na função e na área socioambiental do governo Bolsonaro. Entrou em conflito direto com Luiz Antônio Nabhan Garcia, Secretário de Assuntos Fundiários, presidente da União Democrático Ruralista, a famigerada UDR. Ou seja, se um general sai por se contrapor ao líder da UDR, sendo que esse mesmo general teria sido "conselheiro consultivo" da mineradora canadense Belo Sun Mining, é porque o nível de ódio interno, de racismo anti-indígena, beira ao debate genocida.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247