Acuado, Temer cede aos caminhoneiros e desfaz política de Parente, que pode cair

Dois dias depois de chamar o Exército para exercer uma autoridade que não tem, Michel Temer cedeu aos caminhoneiros, anunciou um desconto de R$ 0,46 no diesel por 60 dias e disse que a política de reajustes diários de Pedro Parente não existe mais; com isso, Parente, indicado por Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, para organizar a entrega do pré-sal e a privatização aos pedaços da Petrobras, pode cair; o golpe é atingido em seu coração

Presidente Michel Temer durante reunião com governadores e ministros no Palácio do Planalto em Brasília 01/03/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Michel Temer durante reunião com governadores e ministros no Palácio do Planalto em Brasília 01/03/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Leonardo Attuch)


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247 – Dois dias depois de chamar o Exército para exercer uma autoridade que não tem, Michel Temer cedeu aos caminhoneiros, anunciou um desconto de R$ 0,46 no diesel por 60 dias e disse que a política de reajustes diários de Pedro Parente não existe mais.

Inicialmente, o desconto duraria somente 15 dias, mas o governo decidiu atender a reivindicação dos caminhoneiros paralisados. "A partir daí, daqui a dois meses só haverá reajustes mensais. Assim, cada caminhoneiro poderá calcular o preço do frete com previsibilidade."

Na quinta-feira, Parente negou sua demissão e disse que a política só mudaria com uma outra direção na Petrobras. Indicado por Fernando Henrique Cardoso para organizar a entrega do pré-sal e a privatização aos pedaços da Petrobras, Parente pode cair a qualquer momento e o golpe foi atingido em seu coração.

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Temer não anunciou nenhuma medida para 99% da população, que roda a gasolina, nem para as vítimas de Parente no gás de cozinha.

Com o caos implantado por Parente, todo o País estava paralisado.

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Confira, abaixo, a fala de Temer, que assaltou o poder por meio de um golpe parlamentar que atirou o Brasil no precipício:

Quero me dirigir a todos os brasileiros, especialmente aos caminhoneiros que há uma semana paralisaram suas atividades. Os efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a importância da missão de cada trabalhador do setor de cargas.

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Durante toda essa semana, meu governo sempre esteve aberto ao diálogo e chegamos mesmo a assinar um acordo com lideranças do movimento. Quero aqui confirmar a validade de tudo o que já foi ajustado pelas lideranças com os meus ministros.

Nas últimas 48 horas, ao mesmo tempo em que nos dedicamos a garantir abastecimentos essenciais, seguimos em conversas com líderes do movimento. Avançamos na implantação de muitas medidas, diante da necessidade do movimento de encerrar a paralisação.

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Quero me dirigir agora aos caminhoneiros de todo o país para anunciar as principais medidas que adotei:

Primeira medida: o preço do óleo diesel terá uma redução de 46 centavos. E garantiremos que cada caminhoneiro tenha esse resultado na hora de encher o tanque. Essa redução corresponde aos valores do PIS/Cofins e da Cide somados. Para chegar a esses 46 centavos, o governo está assumindo sacrifícios no orçamento e honrará essa diferença de custo, sem nenhum prejuízo para a Petrobras.

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Segunda medida: o preço do óleo diesel, já barateado pela redução de 46 centavos, será válido pelos próximos 60 dias. A partir daí, ou seja, daqui a dois meses, só haverá reajustes mensais. Assim, cada caminhoneiro poderá planejar melhor seus custos e o valor do frete. 

Terceiro ponto: estou editando uma medida provisória para que seja cumprida em todo o território nacional a isenção da cobrança do eixo suspenso nos pedágios de rodovias federais, estaduais e municipais.

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Quarta decisão: assinei uma segunda medida provisória para garantir aos caminhoneiros autônomos 30%, pelo menos, dos fretes da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento. 

Quinto ponto: assinei também uma terceira medida provisória estabelecendo a tabela mínima de frete, conforme prevista no projeto de lei 121. Essa decisão foi tomada após diálogo que mantive com o presidente do Senado Federal, senador Eunício Oliveira. 

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Gostaria de reforçar que as medidas negociadas anteriormente e assinadas pelos ministros e pelas lideranças seguem valendo. Entre elas, apenas para citar uma, está o acordo de que não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de carga.

Passei essa semana voltado para atender as reivindicações dos caminhoneiros e preocupado com cada brasileiro e brasileira que enfrentou dificuldades nesses dias. Fizemos nossa parte para atenuar problemas e sofrimentos.

As medidas que acabo de anunciar atendem às reivindicações que nos foram apresentadas. Por isso, quero manifestar a plena confiança no espírito de responsabilidade, de solidariedade e de patriotismo de cada um.

Muito obrigado, boa noite a todos.



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