MST denuncia invasão da PM a acampamento no Ceará; há barricadas
O MST denunciou em seu perfil no twitter que a Polícia Militar invadiu na manhã desta quarta (21) o acampamento na Chapada do Apodi, no interior do CE, para despejar mais de 150 famílias que residem na área há quatro anos; as famílias montaram uma barricada para impedir o despejo.
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247 - O MST denunciou em seu perfil no twitter que a Polícia Militar invadiu na manhã desta quarta (21) o acampamento na Chapada do Apodi, no interior do CE, para despejar mais de 150 famílias que residem na área há quatro anos. As famílias montaram uma barricada para impedir o despejo.
|| ALERTA URGENTE ||
— MST Oficial (@MST_Oficial) 21 de novembro de 2018
Neste momento, a Polícia Militar invade acampamento na Chapada do Apodi, no interior do CE, para despejar mais de 150 famílias Sem Terra que residem na área há quatro anos.
As famílias criaram uma barricada para impedir o despejo.
"Somos resistência!". pic.twitter.com/W8bGM62whP
A página do MST informava desde ontem (terça) a iminência da invasão de relatava a situação no local e a história da ocupação:
Mais uma vez, o Acampamento Zé Maria do Tomé, localizado na Chapada do Apodi, no Município de Limoeiro do Norte do Ceará, após 5 anos de luta, está com o mandado de despejo, que está previsto para acontecer nesta quarta-feira (21).
O Perímetro Jaguaribe Apodi foi implantado no final da década de 1980, quando ocorreu a expropriação, expulsão e desmantelamento da produção de cerca de 6 mil famílias da região, que antes produziam alimentos e mantinham relações de identidade com o território.
Apenas 316 agricultores conseguiram entrar na I etapa do projeto irrigado, destes, 255 foram expulsos, ou seja, o equivalente a 81% de expropriação, segundo estudo realizado pela Universidade Estadual do Ceará/FAFIDAM. Esse processo levou a luta desses agricultores pelo acesso à terra.
Para Iris Carvalho da coordenação do MST, "a ocupação da Chapada do Apodi aconteceu com a intenção dos trabalhadores/as retomarem suas terras, de plantar, de garantir o acesso a terra, a água, por isso exigimos uma solução imediata do governo estadual e federal para resolução do despejo e desapropriação imediata".
Carvalho lembra que "esse não é o primeiro mandado de despejo, vieram outros antes desse. Aqui as famílias vivem sob constante ameaça de despejo".
Com o avanço do golpe parlamentar, jurídico e midiático de 2016, que retirou a presidenta Dilma Rousseff do governo, e com eleição do neofascista Jair Bolsonaro nas recém eleições 2018, as forças reacionárias do judiciário, do agronegócio e do capital se voltam contra os trabalhadores/as para concretizar de forma mais agressiva a retirada dos seus direitos sociais.
Nos últimos meses, as famílias Sem Terra tem sofrido uma ofensiva de despejos dos acampamentos, inclusive em áreas já negociadas com o Governo do Estado e Governo Federal de serem desapropriadas para fins de Reforma Agrária, entre elas, o Acampamento 17 de Abril/Canafistula no Município de Santana do Acaraú, Acampamento Zé Wilson no Município de Lavras da Mangabeira, Acampamento Vida Nova no Município de Mauriti e Zé Maria do Tomé/Chapada do Apodi no Município de Limoeiro do Norte.
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