É assustadora a bomba-relógio que temos pela frente, diz economista
Segundo o economista Waldir Quadros, "considerando os dados do quarto trimestre de 2018 da Pnad Contínua, é possível observar que dos 5,8 milhões de ocupados com ensino superior incompleto, 4,6 milhões são 'pobres'. Mais grave ainda: 8,3 milhões de ocupados que estão classificados na categoria 'pobres' têm ensino superior completo"
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247 - O economista Waldir Quadros afirma ser "assustadora a bomba-relógio que temos pela frente". A entrevista foi concedida ao Instituto Humanistas.
"Considerando os dados do quarto trimestre de 2018 da Pnad Contínua, é possível observar que dos 5,8 milhões de ocupados com ensino superior incompleto, 4,6 milhões são 'pobres'. Mais grave ainda: 8,3 milhões de ocupados que estão classificados na categoria 'pobres' têm ensino superior completo. Se juntarmos aqueles que têm ensino superior incompleto e aqueles que têm ensino superior completo, temos 12,9 milhões de trabalhadores 'pobres' com nível superior", afirma.
"Isso significa confusão; esse pessoal não vai aceitar essa condição tranquilamente, porque eles foram fazer faculdade, boa parte pagando a mensalidade com o Fies, esperando uma melhora de vida, e agora não tem melhora", complementa.
De acordo com o economista, "olhando os dados recentes, como o dado do último trimestre de 2018, percebe-se que 80% dos ocupados são classificados em alguma dessas categorias de pobres: 40% estão na camada 'superior dos pobres', 27% na camada dos 'pobres' e 13% na camada dos 'miseráveis'".
Em termos de renda, informa o estudioso, aqueles que estão na camada "superior dos pobres" têm uma renda média mensal de R$ 1.700 reais, os "pobres" recebem R$ 920 e os "miseráveis", R$ 310 mensais.
Segundo ele, os dados da Pnad Contínua revelam ainda que "tanto os desempregados quanto os ocupados que têm nível superior completo estão vivendo num nível social muito inferior, o qual é incompatível com o que se espera de alguém que tem ensino superior". "Todo mundo imagina que após concluir o curso superior é possível ao menos ir para a média classe média, mas não é o que está acontecendo no Brasil. Então, o significado disso é uma profunda insatisfação. Aliás, esse quadro agrava a insatisfação e pode se encaminhar para uma revolta".
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