Ida de Cabral para Aécio derruba Vera do Painel
Direção do jornal Folha de S. Paulo acerta licença de seis meses, a partir da segunda-feira, para a editora da coluna Painel, Vera Magalhães; a decisão foi dela; contratação do marido da jornalista, Otavio Cabral, para chefiar assessoria de presidenciável Aécio Neves gerou conflito de interesses; no fim de semana, Vera deu um furo com a notícia sobre as conversas de Aécio para atrair o ex-presidente do BC Henrique Meirelles para ser vice em sua chapa; vazamento do segredo foi atribuído a Cabral; suspeição sobre relação quadrangular Aécio-Otavio-Vera-Folha é grave; ela é profissional premiada e com mais de uma década de jornal; argumento de existência de 'muralha chinesa' não prevaleceu
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247 - A partir da segunda-feira, a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, uma das mais importantes das páginas políticas do País, não será editada mais, nesta campanha eleitoral, pela jornalista Vera Magalhães. Em acerto com a direção do jornal, ela, por decisão própria, entrará em um período de licença de seis meses. A mudança foi motivada pelo fato de o marido dela, Otavio Cabral, ter sido contratado como chefe da assessoria do presidenciável Aécio Neves, do PSDB. A situação colocou conflito de interesses em discussão.
No fim de semana, a coluna Painel noticiou em sua abertura que Aécio evoluía em conversas para atrair o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para ser seu vice. O vazamento da informação, um verdadeiro furo de colunismo político, foi atribuído a Cabral nos bastidores da mídia (aqui).
No campo da sucessão presidencial, Aécio saiu perdendo. Tudo o que ele não precisa é de ruídos ao seu redor, quanto mais estrondos entre seus escolhidos de confiança. Mesmo recém-chegado às hostes aecistas, Cabral iria - ou ainda irá - desempenhar funções nas quais, necessariamente, se dividem segredos e estratégias. Como, por exemplo, ficar sabendo antes que Aécio havia procurado Meirelles.
Nos desdobramentos, espera-se para saber quem será o sucessor de Vera Magalhães e, também, se haverá clima para a permanência de Otavio Cabral no coração da campanha tucana. Um final difícil para um caso que ainda vai render muita tinta e caracteres de análise e avaliação sobre a relação entre fontes, jornalistas e patrões.
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