Costa Pinto exalta 'freio de arrumação' de Teori

"Recusando-se a ouvir os apelos da oposição chinfrim que temos na Câmara o ministro Teori Zavascki, do STF, impôs um freio de arrumação em todo o processo que ameaça tocar fogo no país. De resto, concedeu a chance derradeira para que Cunha e seus asseclas ponham a mão na cabeça e ouçam as vozes da consciência, se as têm, para não serem obrigados a conviver com a culpa eterna de nos terem lançado numa aventura rumo ao Juízo Final", diz o jornalista Luís Costa Pinto, que foi editor de Veja e Época

"Recusando-se a ouvir os apelos da oposição chinfrim que temos na Câmara o ministro Teori Zavascki, do STF, impôs um freio de arrumação em todo o processo que ameaça tocar fogo no país. De resto, concedeu a chance derradeira para que Cunha e seus asseclas ponham a mão na cabeça e ouçam as vozes da consciência, se as têm, para não serem obrigados a conviver com a culpa eterna de nos terem lançado numa aventura rumo ao Juízo Final", diz o jornalista Luís Costa Pinto, que foi editor de Veja e Época
"Recusando-se a ouvir os apelos da oposição chinfrim que temos na Câmara o ministro Teori Zavascki, do STF, impôs um freio de arrumação em todo o processo que ameaça tocar fogo no país. De resto, concedeu a chance derradeira para que Cunha e seus asseclas ponham a mão na cabeça e ouçam as vozes da consciência, se as têm, para não serem obrigados a conviver com a culpa eterna de nos terem lançado numa aventura rumo ao Juízo Final", diz o jornalista Luís Costa Pinto, que foi editor de Veja e Época (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Luís Costa Pinto, em seu Facebook

Ira reflexiva.

A História não é escrita nem por covardes, nem por derrotados.

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Assistimos, hoje, no Brasil, a uma tragédia burlesca em forma de fotonovela na qual políticos que não foram vitoriosos nas urnas de 2014, nem têm coragem para se assumirem golpistas, tentam reescrever os ditames traçados pelas urnas do ano passado e criar atalhos dentro do Estado Democrático de Direito.

O presidente da Câmara dos Deputados é um homem sem espírito público, refém do prontuário dentro do qual construiu sua carreira política. Egresso das notas de rodapé mais polêmicas da crônica parlamentar, é desprovido de biografia.

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É a esse personagem que uma camarilha de golpistas integrada por desqualificados como "Paulinho da Força" (veja-se lá se alguém já galgou os píncaros da Glória usando um apelido desses, que remete mais a chantagem por exibir sua musculatura sindical do que a saber jurídico ou expertise nas artimanhas do poder), Carlos Sampaio (um procurador que largou a carreira para se jogar nas aventuras jurídicas mais rasas que se tem notícia desde os mergulhos de Armando Falcão nos pires de Justiça da Ditadura) e Bruno Araújo, deputado que se notabilizou por exibir uma caçarola no púlpito da Câmara, algo que faria corar tribunos como Mario Covas, Franco Montoro, Egidio Ferreira Lima e Cristina Tavares - isso para ficar só em tucanos de outrora, com os quais ele devia ter aprendido um pouco das artes do Parlamento. E não falarei aqui de Rodrigo Maia, embuste de liderança que ajudou a destruir uma legenda como o PFL, cassando-lhe o nome e convertendo-a num lago de mágoas mal resolvidas, e Fernando Filho. Filho de quem? De Fernando Bezerra Coelho. Sim, e dai? Dai nada, noves fora nada, porque Fernando Filho tem a articulação de um boneco de posto de gasolina.

Onde dará isso? Em canto nenhum, porque o Brasil não tem vocação para republiqueta. 

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Ora vejamos: comparam nosso momento de hoje ao de 1992. Será que é? Olhem lá:

Em 1992 foi uma CPI, originada de uma série de denúncias publicadas na imprensa depois de três semanas de investigações (esquecem que não foi "uma entrevista" de Pedro Collor que provocou a CPI do PC. Antes da entrevista havia sido publicada uma reportagem sobre a fortuna de PC Farias no exterior.

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Depois, outra sobre as declarações de renda falsas de PC). No âmbito da CPI procederam-se investigações. Quando a CPI daria em nada - porque Collor estava reunindo forças capazes de barrar o relatório final da Comissão - surgiu a testemunha-chave, Eriberto França. Ali se criara a condição para uma denúncia formal, pois a partir de Eriberto e dos caminhos traçados por ele se viu que o presidente havia se locupletado no cargo. A partir daquele ponto o impeachment se tornou palpável, e não se tratou de orquestrar artimanhas na Câmara ou no Senado para derrubar um presidente legitimamente eleito - o primeiro depois de 25 anos e que estava destinado a enterrar a memória da Ditadura. Enterrou-a, mas como personagem menor das provas de maturidade democrática que nossas instituições republicanas conseguiram construir.

E agora, temos isso? Não, não temos. Os arremedos de liderança que as oposições conseguiram reunir na Câmara não conseguem convencer ninguém no país - nem mesmo dentro de seus quadros - de que o Brasil está pronto para uma aventura institucional.
Jarbas Vasconcelos, um dos mais vividos, mais densos, mais sérios e mais coerentes deputados com mandato nessa legislatura já deu a senha dos limites que o golpismo deve respeitar: para ele, impeachment feito por Eduardo Cunha e ao arrepio das leis não só é um risco, como não vale. Entregue-se a Câmara a Jarbas, deixe-se que conviva com o peso de decidir sobre os fatos e ante a responsabilidade pública que tem. 

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Miro Teixeira, que é outro deputado à moda antiga e com larga experiência parlamentar, também rechaça esse golpismo de ocasião cujos ritos sumários foram confiados a um espertalhão flagrado de calças curtas na contramão da História. 

E quem ouviu, até aqui, biografias como as de José Serra ou Tasso Jereissati, senadores tucanos, chancelarem o golpe urdido pela oposição na Câmara?

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Ninguém, porque sabem esses dois que os atalhos institucionais não conduzem a bom destino.

Recusando-se a ouvir os apelos da oposição chinfrim que temos na Câmara o ministro Teori Zavascki, do STF, impôs um freio de arrumação em todo o processo que ameaça tocar fogo no país. De resto, concedeu a chance derradeira para que Cunha e seus asseclas ponham a mão na cabeça e ouçam as vozes da consciência, se as têm, para não serem obrigados a conviver com a culpa eterna de nos terem lançado numa aventura rumo ao Juízo Final.

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