Mídia conservadora ‘descobre’ que governos de direita liquidam o país

Com quase três anos de atraso, a mídia tradicional e os economistas conservadores começam a descobrir aquilo que especialistas e a mídia progressista têm alertado sem parar: as receitas econômicas da direita estão liquidando com o País. Desde o golpe de 2015-2016, quando a direita assumiu a condução da política econômica, os indicadores são de um desastre sem escala; mas, assim como a mídia progressista brasileira, a imprensa internacional registra o descalabro econômico do País com grande alarde

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247 - Com quase quatro anos de atraso, a mídia tradicional e os economistas conservadores começam a descobrir aquilo que especialistas e a mídia progressista têm alertado sem parar: as receitas econômicas da direita estão liquidando com o País. Desde o golpe de 2015-2016, quando a direita assumiu a condução da política econômica, os indicadores são de um desastre sem escala: a economia não cresce, o desemprego é sem precedentes, a indústria e o agronegócio estão sendo destruídos. As riquezas nacionais também estão sendo vendidas a preço de banana. Enquanto isso, assim como a mídia progressista brasileira, a imprensa internacional registra o descalabro econômico do País com grande alarde.

A constatação está distante, no entanto, de levar à conclusão necessária. Enquanto articulistas, porta-vozes do mercado e jornalistas conservadores constatam o óbvio, em vez de pedirem mudanças na política econômica, pedem mair arrocho, mais radicalidade ainda. Identificaram a febre, mas querem aumentar a dose do remédio que está matando o paciente. 

O jornal Valor Econômico publica como manchete de sua edição digital nesta sexta-feira (1) que "Economia patina e cresce aposta de PIB fraco também em 2019", reforçando que o PIB de 2018 teve alta de apenas 1,1% no ano passado, com a receita neoliberal de Michel Temer, apoiado pelo atual presidente Jair Bolsonaro. Na edição em papel, a manchete foi "Retomada é a mais lenta da história" -o jornal do "mercado" apenas constata, e não "junta os pontos" para explicar que a retomada mais lenta, que sequer começou ainda, só o é por responsabilidades das políticas econômicas neoliberais desde Temer.

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A edição digital de O Globo, também da família Marinho, destacou na manhã desta sexta-feira em sua manchete: "Miriam Leitão: resultado do PIB deve servir de alerta; economia está sem capacidade de reação". A seguir, os editores desrtacaram: "'Os milhões de desempregados têm pressa. O discurso de mudança da situação econômica tem que deixar de ser apenas uma promessa de palanque', escreve a colunista". Num texto confuso, Miriam Leitão parece que condenará as políticas recessivas dos governos Temer e agora Bolsonaro, mas termina se rendendo ao pensamento único neoliberal: "É preciso enfrentar os gargalos e acelerar a agenda de reformas" (leia aqui).

"Para completar, a atividade em 2019 queimou a largada, com indicadores apontando um fraco desempenho também em janeiro. Aliado à baixa "herança estatística" deixada por 2018, de 0,4%, isso torna mais difícil um crescimento na casa de 3% neste ano. Uma expansão do PIB mais próxima de 2% desponta como a mais provável", diz a reportagem do Valor.

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O jornal O Estado de S.Paulo também registra o fraco desempenho do PIB em 2018, destacando que o número irrisório frustra "expectativas que apontavam, no início do ano passado, para um avanço médio de 2,8%. Após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmar nesta quinta-feira, 28, o modesto avanço no Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todo o valor gerado na economia) do ano passado, analistas cortaram as projeções para 2019. Agora, na média, as apostas apontam para um crescimento de 2,05% este ano, ante 2,4% duas semanas atrás".

Outro jornal que apoiou  golpe contra Dilma e a eleição de Bolsonaro, a Folha de S. Paulo publica uma manchete fazendo pressão em cima do atual chefe do Planalto, com o título "Crescimento de 1,1% no PIB amplia desafio de Bolsonaro".

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Mídia internacional

O cenáro é bem diferente quando olhado para para a imprensa internacional. O competente jornalista Nelson de Sá, em seu blog na Folha de S. Paulo resumiu o espírito da cobertura da mídia internacional: "Crescimento 'fraco, frustrante, débil, desbotado, desapontador'". 

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Ele apresentou um resumo da cobertura da econonomia brasileira pelos mais importantes veículos do planeta, como se pode ler a seguir. 

Enquanto a mídia conservadora brasileira começa a constatar o fiasco, mas ainda joga panos quentes, a defender o receituário neoliberal, os veículos no exterior têm um olhar bem mais crítico, até os conservadores, como o francês Le Figaro: "Brasil: crescimento baixo" é ó titulo de reportagem do jornal, que fala sobre o 1,1% do PIB como "número desapontador".

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A agência chinesa Xinhua afirmou que ritmo da economia "ainda está abaixo do nível de 2014" - antes do golpe. 

Na Argentina, os jornais Clarín e La Nación dizem que no Brasil "a expansão continua débil" e "em ritmo lento". Mais ainda, que "as esperanças se viram frustradas".

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O Wall Street Journal apontou um "crescimento desbotado", no título. Na reportagem, um analista financeiro diz que "está difícil encontrar empresas para investir aqui".

A Bloomberg preferiu sublinhar que a "Economia do Brasil desacelerou bruscamente no quarto trimestre". De acordo com a reportagem, uma analista da própria Bloomberg Economics afirma que o resultado do PIB "deve reforçar o viés negativo do mercado para crescimento em 2019". A estatística nada animadora já teria levado o banco Goldman Sachs a cortar a previsão de crescimento do país neste ano para 2%, apontou a matéria. Segundo o texto, o País está com dificuldade de retomar o crescimento econômico devido ao "mercado de trabalho mais fraco do que se esperava" 

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Reuters entrevistou em Londres o economista-chefe do Institute of International Finance, a associação global dos bancos, sobre o fluxo de investimentos aos emergentes. Ele cita China, Indonésia e México como “destinos mais populares” e critica o Brasil: “Talvez a maior surpresa para mim seja que os fluxos para o Brasil continuem bastante fracos, mesmo após anos difíceis e com uma agenda interessante de reformas.”

Em editorial, The Economist alerta para “o que aparentava ser uma estratégia bem-sucedida de repente parece ser um fiasco”. 

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