New York Times prevê fim de Jânio Quadros para Bolsonaro
Após o presidente Jair Bolsonaro postar um vídeo obsceno em crítica ao Carnaval, o que ganhou repercussão negativa dentro e fora do Brasil, um dos principais jornais do mundo, o The New York Times, insinuou em editorial que o chefe do Planalto poderá ter vida curta no cargo e comparou ele ao ex-presidente Jânio Quadros; "Bolsonaro deveria prestar atenção às lições da história: os políticos brasileiros que confrontam o Carnaval raramente triunfam. Como jornalista observou no Twitter, em 1961, o presidente Janio Quadros 'tentou regular o comportamento' no Carnaval, sob o slogan "'Janio é a certeza de um Brasil moralizado'". Quadros pode ter sido moralmente certo; ele também se demitiu depois de oito meses"
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247 - Em editorial, um dos principais jornais do mundo, o The New York Times, insinuou que o presidente Jair Bolsonaro poderá ter vida curta no cargo e comparou o chefe do Planalto ao ex-presidente Jânio Quadros, que governou o Brasil de janeiro e até agosto de 1961. A publicação do NYT veio após o presidente, em crítica ao Carnaval, postar no Twitter um vídeo obsceno em que uma pessoa urina na outra que mostra o ânus.
"Bolsonaro deveria prestar atenção às lições da história: os políticos brasileiros que confrontam o Carnaval raramente triunfam. Como jornalista observou no Twitter, em 1961, o presidente Janio Quadros 'tentou regular o comportamento' no Carnaval, sob o slogan “‘Janio é a certeza de um Brasil moralizado'”. Quadros pode ter sido moralmente certo; ele também se demitiu depois de oito meses", diz o jornal.
"O tweet de Bolsonaro pode ter deixado o país inteiro sem palavras, mas seus motivos foram claros o suficiente. Primeiro, ele estava procurando demonizar o L.G.B.T. comunidade, uma população marginalizada que ocupou seus pensamentos e retórica desde que emergiu como um incendiário da direita ultraconservadora. (Em 2011, ele infamemente disse à revista Playboy que preferia que seu filho morresse em um acidente do que ser gay.) Agora que ele é presidente, essa mesma comunidade se viu na mira de sua administração", afirma.
A postagem de Bolsonaro ganhou repercussão negativa dentro e fora do Brasil. Em entrevista ao jornal O Globo, o jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do processo que resultou na deposição da presidente eleita Dilma Rousseff, afirmou que o post do presidente configura quebra de decoro e pode justificar a abertura de um processo de impeachment.
Segundo Reale, o chefe do Planalato pode ser enquadrado na lei 1.079 de 1950, que aponta crime contra a probidade na administração pública "proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo". "O que eu destaco é a absoluta desnecessidade de enviar este vídeo abjeto ao povo brasileiro para denunciar algo que tinha sido visto, previamente, por algumas centenas de pessoas", disse.
Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conslusões: pic.twitter.com/u0qbPu9sie
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 5 de março de 2019
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