Governo Bolsonaro monitora apoiadores e oposição nas redes sociais
Palácio do Planalto vem produzindo uma série de relatórios sigilosos de monitoramento das redes sociais para identificar as notícias com "viés de esquerda" e as produzidas por sites ligados a extrema-direita e de apoiadores do governo Jair Bolsonaro; relatórios são produzidos por uma agência contratada pela Presidência da República. Nos relatórios, os textos usam termos e expressões utilizadas por apoiadores, como "velha política" para destacar os parlamentares da oposição e fazer menção a sites e blogs críticos ao governo Bolsoanro
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247 - Alvo de críticas frequentes, o Palácio do Planalto vem produzindo uma série de relatórios sigilosos de monitoramento das redes sociais para identificar as notícias com "viés de esquerda" e as produzidas por sites ligados a extrema-direita e de apoiadores do governo Jair Bolsonaro. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os relatórios são produzidos por uma agência contratada pela Presidência da República. Nos relatórios, os textos usam termos e expressões utilizadas por apoiadores, como "velha política" para destacar os parlamentares da oposição e ressaltam os ataques contra as políticas adotadas pelo atual governo que possuem potencial de viralizar nas redes sociais.
Em um dos relatórios, envolvendo a crise política resultante do bate-boca entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e Bolsonaro acerca da articulação política necessária para aprovar a reforma da Previdência, foram apontadas 29,3 mil menções apenas durante a manhã da terça-feira da semana passada. O texto foi chamado de "Desentendimentos entre parlamentares e articulações para a Nova Previdência".
O documento destacou, ainda, as hashtags #votesimpelareforma e #euapoionovaprevidencia como as mais difundidas ente os apoiadores do governo. Em relação a oposição, o texto ressalta que estes perfis questionavam os sacrifício a ser feito pelos trabalhadores em relação à reforma previdenciária.
Segundo a reportagem, nem mesmo uma postagem antiga de Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato derrotado à Presidência pelo PSOL, ficou de fora do monitoramento feito pelo Planalto. "A publicação antiga de Guilherme Boulos que acusou (o presidente de utilizar robôs para impulsionar a #EuApoioNovaPrevidencia tem gerado menções contestando a acusação. Apoiadores se mobilizam para defender a Nova Previdência e criticar a oposição", diz trecho do relatório.
O documento também faz menção a sites e blogs com "viés de esquerda", a Revista Fórum e o site Catraca Livre.
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