Le Monde destaca retrocesso na educação brasileira

De acordo com o jornal francês, alguns temem a "lógica 'produtiva', inadequada ao sistema educacional" adotada pelo ministro da Educação brasileira, Abraham Weintraub; "Outros temem mais drasticamente a implementação de medidas guiadas pelo 'obscurantismo'", continua; conforme tradução de Sylvie Girauda, a publicação afirma que o "mundo acadêmico está em crise" com o anúncio de cortar investimentos em cursos de filosofia e sociologia

Le Monde destaca retrocesso na educação brasileira
Le Monde destaca retrocesso na educação brasileira (Foto: Rafael Carvalho)


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247 - Em artigo do Le Monde de 03 de maio, o ministro da educação Abraham Weintraub é apresentado como o responsável por querer eliminar as ciências humanas do currículo universitário brasileiro. A tradução é de Sylvie Girauda.

"Alguns temem uma lógica 'produtiva', inadequada ao sistema educacional, outros temem mais drasticamente a implementação de medidas guiadas pelo 'obscurantismo'. Desde o anúncio do ministro da Educação brasileiro, Abraham Weintraub, em 26 de abril, de reduzir os investimentos concedidos por Brasília às universidades de sociologia e filosofia, o mundo acadêmico está em crise", diz o jornal francês.

O Le Monde continua, dando ênfase à continuidade no governo Bolsonaro. "O breve mandato do ministro da educação anterior já havia sido pontuado por iniciativas tão absurdas quanto polêmicas: ele pretendia mudar os livros de história para reabilitar a ditadura militar (1964-1985) e obrigar os alunos a cantar o hino nacional, ao mesmo tempo que eram filmados, ritual ao cabo do qual fechariam com o slogan de campanha do presidente de extrema direita: 'O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos'", diz a publicação.

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"A decisão do Sr. Weintraub, aplaudida pelo chefe de Estado de extrema-direita, Jair Bolsonaro, foi tanto mais incompreendida que filosofia e sociologia representam apenas 2% dos estudantes das universidades federais", diz segundo Le Monde.

"Pouco importa, para o Sr. Weintraub, aos seus olhos, as ciências humanas são 'acumuladores de impostos'. O "Cost-killer" da educação foi ainda mais longe, prometendo reduzir em 30% as somas alocadas a três universidades culpadas de 'baderna': as do Estado de Brasília (UnB), do Rio de Janeiro (UFF) e Bahia (UFBA). "Essas universidades devem ter muito dinheiro já que gastam para produzir baderna ou eventos ridículos", disse ele em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, em 30 de abril", publica Le Monde.

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De acordo com fontes do jornal francês, "na apreciação muito peculiar do novo Ministro, essas faculdades não teriam, exibido os desempenhos esperados. No entanto, como enfatiza o Estado de São Paulo, elas melhoraram sua posição no ranking de benchmark internacional do setor, o Times Higher Education e estão entre as 20 melhores no ranking do jornal Folha de São Paulo".

A prioridade ao ensino primário vem ocultar uma agenda puramente ideológica 

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Em 30 de abril, Weintraub anunciou um corte orçamentário de 30% para todas as universidades federais, se valendo desta vez de supostos critérios "operacionais, técnicos e justos". O jornal francês não deixa de reproduzir a fala do ministro postada no Twitter em 30 de abril: “Um estudante de universidade custa dez vezes mais do que uma criança em uma creche. O que você faria no meu lugar?”.

Publicada por Le Monde está igualmente a apreciação de Sérgio Rodrigues publicada na Folha de São Paulo de 2 de maio: ““seu motor é puramente ideológico", afirma ele, evocando um Ministro guiado pelo “ressentimento”, que multiplica erros de ortografia e confundiu recentemente em um de seus cálculos de despesa, milhares com milhões”.

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