Lula está preocupado com sucessão de erros de Bolsonaro

Durante a entrevista concedida à BBC World News, Lula se mostrou preocupado com a sucessão de erros cometidos por Jair Bolsonaro; ele disse: "ele Bolsonaro] corre atrás do filho para apagar um incêndio todo dia. Eu sinceramente não sei como funciona a família, como não conheço não vou ficar dando palpite, mas o que se apresenta publicamente é um negócio incontrolável"

Lula está preocupado com sucessão de erros de Bolsonaro
Lula está preocupado com sucessão de erros de Bolsonaro


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Do Brasil de Fato - Em entrevista à BBC, veiculada na noite desta sexta-feira (10) pela emissora inglesa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o presidente Jair Bolsonaro. "Ele é um doente. Acha que o problema do Brasil se resolve com arma. O problema do Brasil se resolve com livro, com escola."

Ainda sobre Bolsonaro, Lula insistiu em criticar o decreto que libera armas para os cidadãos brasileiros, assinado pelo presidente na última quarta-feira (8). "Ele defende barbaramente um Estado armado e policialesco. Você não vê o cidadão [Bolsonaro] fazer um gesto a não ser o de atirar. Na cabeça dele, ele acha que arma resolve o problema de todo mundo, ele acaba de autorizar que fazendeiro pode utilizar arma e atirar em quem quiser. É um doente, que acha que o problema do Brasil se resolve com arma. O problema do Brasil se resolve com escola."

Durante a entrevista, Lula se mostrou preocupado com a sucessão de erros cometidos por Jair Bolsonaro e foi perguntado pelo jornalista Kennedy Alencar sobre a relação do presidente com os filhos. "Ele corre atrás do filho para apagar um incêndio todo dia. Eu sinceramente não sei como funciona a família, como não conheço não vou ficar dando palpite, mas o que se apresenta publicamente é um negócio incontrolável. Pelo bem do Brasil, espero que ele aprenda", afirmou o ex-presidente.

continua após o anúncio

"Atrás da toga"

Na edição de 30 minutos, Lula respondeu a diversas questões sobre corrupção. O ex-presidente criticou sua condenação pela posse do apartamento triplex no Guarujá. "Se esse maldito apartamento é meu, ele tem que ter um documento, tem que ter um contrato, tem que ter um pagamento. Alguma coisa tem que ser mostrada. Não é possível que alguém diga que o apartamento é meu se eu não comprei, se eu não morei, não paguei, não tem escritura, que negócio é meu?", perguntou.

continua após o anúncio

Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, segue sendo alvo constante das críticas de Lula. "Ele não nasceu para isso [política], ele nasceu para se esconder atrás de uma toga e ficar lendo o Código Penal, ele tem que se expor ao debate. Eu, por exemplo, se sair daqui, adoraria fazer um debate com o Moro sobre os crimes que eu cometi", desafiou.

Durante a entrevista, Lula lembrou que foi um líder político respeitado no mundo e que não arriscaria sua reputação por um apartamento. "Se essa gente tivesse prova, essa gente me desmascarava. A única coisa que me interessa é minha inocência e vou brigar por ela até os últimos dias da minha vida", explicou o ex-presidente, que citou um dos "desatinos" cometidos por Moro.

continua após o anúncio

"A minha reação ao grampo foi que o Brasil estava fora de controle, o Brasil não tinha mais autoridade. Porque um juiz de primeira instância, fazer todo desatino que o Moro fez, fornecer à imprensa em primeira mão, do jeito que ele entendia, a imprensa transformava a mentira do Moro em verdade e aí o cara já estava condenado", lembrou o ex-presidente.

Nesse período, Lula foi convidado a ser ministro chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff (PT). Sua posse foi impedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente negou que tivesse a intenção de escapar do julgamento. "Eles achavam que eu evitaria o impeachment. Eu, consciente, não achava nenhuma vantagem ir para o governo naquela altura dos acontecimentos. Ninguém entra no carro em alta velocidade para controlar o carro. Eu aceitei, desde que mudássemos a política econômica. Se eu tivesse preocupação de não ser julgado, eu não estaria no Brasil. Eu estou no Brasil porque eu quero estar aqui."

continua após o anúncio

Junho de 2013

Lula também comentou sobre as mobilizações de junho de 2013, quando centenas de milhares de pessoas saíram às ruas em todo o país. "Até hoje nós não avaliamos corretamente o que aconteceu em 2013. Ninguém me convence que aquilo aconteceu porque a polícia de São Paulo bateu numa manifestação de três mil pessoas. Não acredito. Aquilo, na minha opinião, já fazia parte da arquitetura política de derrubar o governo, de tirar o PT do poder, porque era uma manifestação muito contra o PT."

continua após o anúncio

Outro ponto comentado pelo ex-presidente foi o papel que a elite brasileira cumpre na política brasileira. "Eu penso que no Brasil nós temos um problema psicológico coletivo, que é a elite não suportar a ascensão das camadas mais pobres. Incomoda os pobres estarem ocupando as praças que eram dos ricos, estarem frequentando restaurante, viajando nos aviões que eles viajavam, ocupando o espaço de ascensão social que não estava previsto desde o fim da escravidão".

Por fim, o ex-presidente falou sobre o futuro. "Vou brigar para que os setores progressistas da sociedade voltem a governar esse país. Não é possível a gente conviver com a continuidade de mentiras que estamos vivendo. Estou tranquilo com minha consciência. Só tenho eu mesmo e esse povo maravilhoso que está aí fora para provar minha inocência. Quando provar minha inocência, posso morrer tranquilo", encerrou.

continua após o anúncio
continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247