Viaduto de BH: cinco alertas foram ignorados
O laudo finalizado no último dia 3 pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil apontou que a Prefeitura de Belo Horizonte e os responsáveis tanto pelo projeto como pela execução da obra referente ao viaduto que caiu no dia 3 de julho tiveram, ao menos, cinco chances de notar erros nítidos de engenharia na alça sul da estrutura; no desabamento, outras 23 pessoas ficaram feridas
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Minas 247 – O laudo finalizado no último dia 3 pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil apontou que a Prefeitura de Belo Horizonte e os responsáveis tanto pelo projeto como pela execução da obra referente ao viaduto que caiu no dia 3 de julho tiveram, ao menos, cinco chances de notar erros nítidos de engenharia na alça sul da estrutura. No desabamento, outras 23 pessoas ficaram feridas.
Segundo a perícia, a Consol, empresa responsável pelo projeto, fez cálculos equivocados ao conceder o projeto executivo do viaduto. Como consequência deste erro, a obra teve um dimensionamento inferior de materiais e estruturas.
"O dimensionamento errado da ferragem do bloco de fundação do pilar P3 resultou na sua incapacidade de sustentar o carregamento gerado pela estrutura (viaduto), uma vez que não houve distribuição uniforme de carga para as 10 estacas. Em razão disso, a carga ficou concentrada nas estacas centrais e as mesmas não tinham condições de suportar sozinhas o carregamento", diz o laudo.
A perícia afirma a primeira oportunidade de evitar a tragédia seria revisar os cálculos antes de serem entregues à Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). De acordo com os peritos, o dimensionamento do bloco de sustentação, por exemplo, ancorado pelas estacas a fim de sustentar o pilar P3, foi dois metros menos do que o necessário.
Após receber o projeto executivo, a Sudecap teve a oportunidade de conferir os cálculos, antes de fornecer os detalhes da obra à Cowan, que se responsabilizaria pela execução da obra. Os peritos também apontaram outras duas irregularidades na estrutura como o não preenchimento com nata de cimento nas estruturas para içar o viaduto, as bainhas de protensão, e a abertura de 42 janelas no tabuleiro, parte principal do elevado, com o objetivo de permitir o tensionamento de cabos de aço da estrutura.
A quinta chance de evitar o desabamento seria notar que, quando as escoras começaram a ser retiradas, a estrutura exercia grande força sobre os anteparos e, portanto, essas peças não suportaria o peso do viaduto. Segundo os peritos, os engenheiros da Cowan e os fiscais da Sudecap tiveram a última oportunidade de evitar o acidente.
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