Brasil e países da OEA pressionam Venezuela por eleições

Governos do Brasil, de outros 11 países da América Latina, além de Estados Unidos e Canadá preparam uma nota exigindo que a Venezuela, goveranda por Nicolás Maduro, cumpra os acordos mediados pelo Vaticano, liberando presos políticos e marcando as eleições previstas para este ano dentro de um "prazo razoável"; "Consideramos urgente que se aborde, de maneira prioritária, a libertação de presos políticos, que se reconheça a legitimidade das decisões da Assembleia Nacional, segundo a Constituição, e que se estabeleça um calendário eleitoral que inclua as eleições adiadas", diz o texto do doumento

Presidente venezuelano Nicolás Maduro faz discurso em Caracas.  REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Presidente venezuelano Nicolás Maduro faz discurso em Caracas. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins (Foto: Paulo Emílio)


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Lisandra Paraguassu, Reuters - Os governos do Brasil, de outros 11 países da América Latina, além de Estados Unidos e Canadá preparam uma nota exigindo que a Venezuela cumpra os acordos mediados pelo Vaticano, liberando presos políticos e marcando as eleições previstas para este ano dentro de um "prazo razoável", de acordo com o texto ao qual a Reuters teve acesso.

"Consideramos urgente que se aborde, de maneira prioritária, a libertação de presos políticos, que se reconheça a legitimidade das decisões da Assembleia Nacional, segundo a Constituição, e que se estabeleça um calendário eleitoral que inclua as eleições adiadas", diz o texto ainda não divulgado.

Os 14 países, todos membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) declararam "profunda preocupação" com a situação venezuelana e exigiram um prazo para que o país tome medidas democráticas.

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"Recebemos o relatório do secretário-geral da OEA sobre a Venezuela, que analisaremos cuidadosamente, com vistas a acordarmos o curso de ação apropriado dentro da Organização. Sem prejuízo disso, consideramos que a suspensão de um país membro, conforme estabelecido na Carta Democrática Interamericana, é medida de último recurso, considerada após se esgotarem os esforços diplomáticos dentro de um prazo razoável", diz o texto.

A ressalva, feita diplomaticamente, não esconde a cobrança para que a Venezuela tome medidas consideradas imprescindíveis pela maioria dos países da OEA. Há uma avaliação de que até agora as medidas tomadas pela comunidade regional e internacional não surtiram qualquer efeito, inclusive a suspensão do país do Mercosul, contou à Reuters uma fonte.

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O texto foi acordado entre as chancelarias dos principais países da região como uma resposta ao chamado que o secretário geral da OEA, Luis Almagro, fez há uma semana. Depois de enviar o relatório sobre a Venezuela aos países da região, Almagro afirmou que, se não cumprisse as etapas negociadas, ele iria propor à Organização a suspensão da Venezuela.

O governo brasileiro evitou se manifestar sozinho sobre a fala de Almagro, mas nos bastidores deixou claro que compartilha da visão do secretário-geral. A avaliação é que se o país não marcar as eleições regionais previstas para o final deste ano e nem abrir espaço para que os partidos de oposição participem de forma igualitária, não pode ser considerada uma democracia.

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"Por fim, os governos que subscrevem esta declaração reiteramos nossa disposição em colaborar com o povo e o governo da Venezuela em tudo o que possa contribuir para uma solução dos desafios políticos, econômicos e sociais naquele país e nos manteremos atentos aos esforços para a superação desses desafios durante as próximas semanas, a fim de considerarmos os próximos passos necessários", encerra o texto.

A nota é uma mostra de que Almagro terá apoio se avaliar que será necessário levar à Assembleia-Geral da OEA uma punição mais severa à Venezuela.

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Como secretário-geral, Almagro tem a prerrogativa de chamar uma votação para analisar a situação da Venezuela, mas a avaliação no Itamaraty é que ele só deve fazê-lo de fato se tiver condições de saber o resultado.

Apesar de estar em uma situação complicada, os venezuelanos ainda têm a simpatia de alguns países e uma votação estaria meio a meio hoje, diz uma fonte. Na América do Sul, Bolívia e Equador são governos aliados do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Somam-se a eles pequenos países caribenhos a quem, até hoje, a Venezuela vende petróleo subsidiado ou troca por outros bens.

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Para que a Venezuela seja suspensa, dois terços dos 34 países que integram a OEA devem votar a favor da medida.

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