Jessé: combate ao fascismo na Alemanha é política de Estado
O escritor e sociólogo Jessé Souza comenta o que os alemães podem ensinar aos brasileiros. "A Alemanha apega-se a medidas institucionais para combater movimentações fascistas, é uma política de Estado, enquanto isso, no Brasil, judiciário e mídia promovem uma destruição democrática", compara Jessé; confira a íntegra do programa Debate de Ideias
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TV 247 – O programa "Debate de Ideias", que conta com a participação do escritor e sociólogo Jessé Souza, abordou, nesta semana, como a Alemanha apega-se a medidas institucionais para combater movimentações fascistas, ao contrário do Brasil, que assiste pacificamente a ascensão de Bolsonaro.
Jessé Souza, que passou as férias na Alemanha, conta que, atualmente, a questão política mais importante do País envolve uma disputa eleitoral na região da Baviera, um estado federado especial localizado no sul do País germânico.
"O CSU é um partido irmão do CDU de Ângela Merkel, e possui um discurso tradicionalmente liberal. Porém, nas eleições regionais que ocorrerão em outubro, o CSU optou por utilizar um discurso tipicamente fascista, frisando, principalmente, a questão do combate à imigração", relata Jessé Souza.
O sociólogo expõe que, no entanto, essa linha à extrema-direita não agradou certas parcelas. "Mesmo na Baviera, onde o eleitorado é mais conservador, o discurso de cunho fascista foi rejeitado pela maioria, o CSU chegou a perder cinco pontos percentuais durante campanha", diz Jessé Souza.
Jessé Souza explica que, "ao contrário das políticas institucionais que os alemães usam para combater qualquer tipo de menção ao nazismo, no Brasil, as feridas causadas pela escravidão e ditadura militar ainda são presentes".
Fascismo tupiniquim
Ao citar a ascensão do fascismo no Brasil, representado pelo fenômeno Jair Bolsonaro, Souza destaca que tal ação só foi possível graças à campanha de destruição democrática promovida pela Rede Globo e Lava Jato.
"É a junção de uma democracia frágil, com baixos níveis de acesso à educação e nenhuma informação critica, destruindo o pouco que o Brasil tinha acumulado nos últimos anos. É claro que muitos Bolsonaros irão surgir neste cenário", comenta.
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