Encontro entre Bolsonaro e Macri foi cordial mas não registra grandes avanços

Os presidentes de Brasil e Argentina, as duas maiores economias da América do Sul, se reuniram em Brasília nesta quarta-feira (16) para discutir as relações bilaterais; na opinião do professor de Economia Política Internacional da UFRJ, Eduardo Crespo, o encontro foi positivo e cordial mas não registrou grandes avanços nas relações entre os dois países e nas perspectivas para o Mercosul

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247, com Sputnik - Os presidentes de Brasil e Argentina, as duas maiores economias da América do Sul, se reuniram em Brasília nesta quarta-feira (16) para discutir as relações bilaterais. Em entrevista, o professor de Economia Política Internacional da UFRJ, Eduardo Crespo, falou sobre as perspectivas para o Mercosul e a relação entre Brasil e Argentina.

Crespo disse que o encontro entre Macri e Bolsonaro foi marcado por formalidade e cordialidade, mas não vê grandes possibilidades de avanço na relação entre os dois países, embora considere que uma melhora na economia brasileira pode gerar impacto positivo para a Argentina.

"Evidentemente, uma melhora na economia brasileira que permita aumentar as exportações, principalmente industriais, teria um impacto muito grande no caso da Argentina [...] com certeza se uma das duas economias começasse a crescer de maneira forte, pelo que estamos vendo nos últimos anos, seria um impacto muito positivo. Disso eu não tenho a menor dúvida", destacou.

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Ao comentar a possibilidade de uma revitalização do Mercosul a partir da visita que o presidente argentino fez a Jair Bolsonaro, o especialista se mostrou cético, mas ressaltou que não deve haver um "abandono" do bloco.

"Duvido que exista uma revitalização. Pelo menos não era o planejado nos últimos anos ou o que dava para prever. A reunião foi com certeza cordial. Eu acho que não vai ter uma ruptura. A boa notícia é essa. Não vai ter ruptura, eliminação ou abandono do Mercosul, mas não tem nenhuma medida concreta", argumentou.

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"A minha perspectiva é que vai haver um relaxamento do Mercosul na ideia de abri-lo para que existam acordos bilaterais, principalmente acordos de livre e comércio e bilaterais", acrescentou.

Eduardo Crespo também comentou as perspectivas do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Segundo ele, os obstáculos para o avanço do acordo não estão tão relacionados à negociação do bloco ou às negociações bilaterais quanto ao conflito de interesses que existe entre as partes.

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"Aí há interesses contraditórios. Na União Europeia com certeza não há vontade de eliminar os subsídios da produção agrícola, a proteção que tem a produção agrícola. Acho que é o princípal obstáculo para um acordo de livre comércio com a União Europeia. E no caso da América Latina provavelmente a produção industrial poderia ter alguma abertura, que receberíamos aqui uma concorrrência de produtos europeus", completou.

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