Dilma diz que parte do Judiciário é movida por ideologia e ativismo político

Em nota, a presidente deposta, Dilma Rousseff, aponta a "anomia" do Judiciário após o desrespeito à hierarquia ocorrido neste domingo para manter o ex-presidente Lula na prisão; "A intervenção de um juiz de primeira instância, pressionando a polícia a não cumprir decisão de um desembargador de tribunal superior, revela desrespeito à ordem jurídica do país. O que houve foi uma grave quebra de hierarquia. Mais do que isto, um ato deliberado de obstrução da justiça", diz

Dilma diz que parte do Judiciário é movida por ideologia e ativismo político
Dilma diz que parte do Judiciário é movida por ideologia e ativismo político (Foto: ROBERTO STUCKERT FILHO/PR | José Cruz/Agência Brasil)


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247 - Em nota, a presidente deposta, Dilma Rousseff, apontou a "anomia" do Judiciário após o desrespeito à hierarquia ocorrido neste domingo 8 para manter o ex-presidente Lula na prisão. Mais cedo, ela já havia feito críticas pelo Twitter.

"Alguns juízes passaram a atuar como cruzados em guerra contra aqueles que elegeram como inimigos. Não julgam, perseguem; não deliberam, militam; não sentenciam; tentam destruir. São movidos por ideologia, ativismo político e afirmação de poder", afirma Dilma.

Confira a íntegra da nota:

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A ANOMIA DA JUSTIÇA
"Alguns juízes passaram a atuar como cruzados em guerra contra aqueles que elegeram como inimigos"

Equipe Dilma
09/07/2018 1:32

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O episódio deste domingo em relação ao ex-presidente Lula escancara uma realidade perturbadora: parte do Poder Judiciário brasileiro perdeu não apenas a serenidade necessária à sua missão constitucional como tem abdicado do respeito a normas éticas e disciplinares importantes do direito e da magistratura.

Alguns juízes passaram a atuar como cruzados em guerra contra aqueles que elegeram como inimigos. Não julgam, perseguem; não deliberam, militam; não sentenciam; tentam destruir. São movidos por ideologia, ativismo político e afirmação de poder.

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O preconceito, a intolerância, o golpe contra um governo legítimo, a prisão de um líder inocente e o ambiente de violência política caracterizam um país doente e contaminado pelo ódio. E o Judiciário, como parte relevante do país, não escapou do contágio.

Pelo poder que tem e pelo poder absoluto a que tem se arvorado eventualmente, o Judiciário torna-se por vezes o maior propagador desta enfermidade que assola o Brasil.

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O que aconteceu domingo, quando a decisão de um desembargador foi afrontada por um juiz de primeira instância que já não tem mais qualquer responsabilidade ou atribuição sobre o destino do cidadão que está preso, diagnostica a doença e lhe dá um nome: anomia.

A intervenção de um juiz de primeira instância, pressionando a polícia a não cumprir decisão de um desembargador de tribunal superior, revela desrespeito à ordem jurídica do país. O que houve foi uma grave quebra de hierarquia. Mais do que isto, um ato deliberado de obstrução da justiça.

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Faz parte do funcionamento normal do Judiciário que os desembargadores de um tribunal superior deliberem, debatam e cheguem por conta própria a uma decisão, ainda que qualquer cidadão tenha direito de discordar e recorrer contra ela. Mas que um juiz que não pertence a este tribunal interfira e exerça pressão direta para impedir a aplicação de uma medida liminar, é algo que desqualifica a justiça e ameaça a todos. Se este tipo de ilegalidade e abuso pode ser cometido contra um ex-presidente da República, o que podem esperar da justiça os demais cidadãos?

DILMA ROUSSEFF

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