PSOL sobre boicote à posse: não podemos fingir que está tudo normal

Em entrevista à TV 247, o presidente do partido, Juliano Medeiros, explica as razões da decisão de boicotar a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro na próxima terça-feira 1º; "Participar da posse como se tudo estivesse normal não parece razoável. Não vivemos tempos de normalidade democrática", afirma; ele assegura que o PSOL fará também "uma oposição muito dura, de combate" no Congresso Nacional; assista

PSOL sobre boicote à posse: não podemos fingir que está tudo normal
PSOL sobre boicote à posse: não podemos fingir que está tudo normal (Foto: Editora 247 / Agência Brasil)


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247 - O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, falou à TV 247 neste sábado 29 sobre as razões que levaram a legenda a decidir não estar presente na cerimônia de posse de Jair Bolsonaro à presidência da República, na próxima terça-feira 1º, em Brasília. Para ele, não dá para fingir que está tudo normal, que vivemos tempos de normalidade democrática. Ele assegura também que a sigla fará uma oposição "muito dura, de combate", após o início do governo.

A intenção do partido, segundo ele, foi "fazer da nossa não participação da posse um ato simbólico de crítica a tudo o que foi anunciado do dia 28 de outubro até o dia 1º de janeiro: a formação dos ministérios, as primeiras indicações, as prioridades caminham na contramão dos direitos humanos, dos direitos sociais, da defesa da democracia e da soberania nacional. Foi uma forma de manifestar nossas divergências com o governo Bolsonaro".

"Desde a eleição, em nenhum momento o Bolsonaro, o seu partido ou sua equipe de governo trabalharam para construir um clima de normalidade democrática. Pelo contrário, as manifestações foram de que a oposição teria que ir embora do Brasil ou acabaria presa. E Bolsonaro não desceu do palanque até agora, continua anunciando medidas que servem para mobilizar a sua posse e são cortina de fumaça para que ele retire direitos e privatiza o patrimônio público", declarou ainda, citando como exemplo o decreto para o armamento, anunciado neste mesmo sábado 29.

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Questionado se o gesto sinalizaria o não reconhecimento do resultado das eleições, ele respondeu: "Uma coisa é reconhecer o resultado eleitoral. Nós reconhecemos que o Bolsonaro recebeu a maioria dos votos e venceu as eleições. Outra coisa é aceitar que esse resultado tenha sido conquistado de forma totalmente limpa, idônea. Isso é um questionamento, sim. Pode levar ao questionamento da legitimidade da eleição do Bolsonaro? Pode. Mas não somos nós que vamos decidir isso, é a Justiça Eleitoral".

"Participar da posse como se tudo estivesse normal não parece razoável. Não vivemos tempos de normalidade democrática. Um presidente da República que ataca a oposição, ataca a imprensa, ameaça os movimentos sociais, mantém um clima de guerra no interior do País não pode ser tratado como um estadista e como se tudo tivesse bem", completa Medeiros.

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Mais um fator para o boicote, de acordo com o presidente do PSOL, é o fato de que pela primeira vez um presidente da República assume com um processo de cassação da sua chapa já acolhido pelo Ministério Público Eleitoral e que vai acabar num processo de investigação nos próximos meses.

Sobre o anúncio de Bolsonaro, via Twitter, de que editará um decreto para liberar armas de fogo aos cidadãos que não apresentarem antecedentes criminais, o presidente do PSOL declarou que o partido estudará se essa medida "encontra amparo legal" ou se pode ser "questionada do ponto de vista constitucional", uma vez que um decreto pelo desarmamento foi decidido via plebiscito. "Mais uma medida populista", define.

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