"Lula me dá um beliscão, pra eu dar outro nele"

Em entrevista, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sugere que tanto ele como o ex-presidente Lula já pertencem ao passado e brinca dizendo que ambos estão aflitos porque não poderão mais ser caricaturados; 2014, diz FHC, é tempo de olhar para frente e não para trás e debater as propostas de Dilma, Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina; ele prevê ainda uma disputa acirrada: "Lula e Dilma, em todas as disputas, foram para o segundo turno"

"Lula me dá um beliscão, pra eu dar outro nele"
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247 - Na cidade de Puebla, no México, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participou de um encontro da Sociedade Interamericana de Imprensa, a SIP, no qual também esteve presente a blogueira cubana Yoani Sánchez, e falou ao jornalista Gabriel Manzano, do Estado de S. Paulo. Na entrevista, ele abordou novamente a sucessão presidencial, em 2014, e falou de sua relação com o ex-presidente Lula e também com a atual chefe de governo, Dilma Rousseff. Confira, abaixo, alguns trechos:

Campanha antecipada

"Lula precipitou o processo sucessório, aí os outros partidos não têm alternativa. Nós não tínhamos intenção de precipitar uma candidatura. Estávamos prestigiando o nome do Aécio para um debate interno. Mas eu nunca vi quem está no governo precipitar uma eleição, já que atrapalha a governabilidade. Tudo que a presidente Dilma fizer daqui por diante será atribuído a intenções eleitorais. Não sei o que levou o Lula a essa precipitação. Talvez seja porque ele gosta de campanha! A preocupação do governo não era com a oposição, era com a fragmentação das suas próprias forças"

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Defesa do legado de FHC por Aécio

"Nós garantimos a economia, modernizamos a economia. As privatizações vieram de uma maneira correta, controladas pelas agências reguladoras, não foram monopolizadoras. Restabelecemos a competitividade das agências do governo, do Banco do Brasil, a Petrobras. Melhoramos muito a educação, organizamos o SUS, começamos o processo de transferência de rendas. As pessoas esquecem que o programa do governo Lula não era transferência de renda, era o Fome Zero. Que foi engavetado! E aderiram ao que nos tínhamos começado. Enfim, por que não defender o que nós fizemos?"

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Passado e futuro

"Campanha eleitoral tem de ser feita olhando pra frente, não pra trás. O programa do PSDB, então, deve ser: reconhecer o que fizemos, mas vamos adiante. Tem muita coisa que fazer."

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Petrobras

O que o Brasil vai fazer com o pré-sal? Continuar marcando passo? Enfraqueceram a Petrobrás e se embrulharam todos. De novo, digo, nós temos de olhar pra frente. Pararam a infraestrutura toda, porque não fizeram o que tinham de fazer, que eram as concessões. Agora fazem envergonhadamente, mal feito. O PSDB tem de recomeçar dizendo: "Olha, eles estavam errados, nós sabemos fazer".

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Famílias endividadas

"O que sensibiliza o eleitor é quando mexem no bolso dele, coisas como emprego e renda. Esses fatores todos mencionados vão terminar tendo algum efeito sobre emprego e renda. Na verdade, já estão tendo. A renda per capita no ano passado não subiu. E agora as famílias estão endividadas. O PSDB tem que dizer: "Você que está endividado, eu vou resolver esse problema"."

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Aprovação de Lula e Dilma

"Lula e Dilma, em todas as disputas, foram para o segundo turno. E tinham números altíssimos de aprovação."

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Eduardo Campos

"Não sei qual será a capacidade do Eduardo de arrancar votos. O ponto de partida dele é Pernambuco. O do Aécio é Minas. A Marina tem uma presença forte e tem uma causa que, eu acho, vai continuar entusiasmando. Desses três, no momento, eu aposto no Aécio. Acho que 20 anos de governo do PT bastam, não? Chegou a hora de mudar. O estilo PT cumpriu o seu papel. Cansou, dá espaço pra outro."

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Relação com Dilma

"Sempre tive boas relações com ele, que sempre foi bastante correta comigo. Foi generosa no meu aniversário. Não tenho nenhuma restrição pessoal. Sabe como é a política, ora recua e é agressiva, eu também recuo. Pode ver que eu nunca tenho replicado a Dilma."

Relação com Lula

"O Lula tinha que entender que nós dois somos personagens, que não estamos mais no principal…. Uma vez, o Chico Caruso me disse que as pessoas que estão no final ficam aflitas porque não vão mais ser caricaturadas. O Lula quer ser caricaturado. Então ele me dá um beliscão, pra eu dar outro nele."

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