'Financiamento privado vai contra o que o povo quer'

Em entrevista exclusiva ao 247, a deputada estadual Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) defende resistência, junto a movimentos sociais, à "agenda conservadora" imposta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e diz que "a proposta de emenda de Cunha que permite o financiamento privado vai na contramão do que o povo quer, porque vai aprofundar o sistema político falho que temos hoje e não aperfeiçoar a democracia"; sobre as atuais denúncias, ela destaca que "o escândalo não é só do PT", que "a corrupção deve ser combatida em qualquer partido" e vê uma "campanha midiática para fragilizar a esquerda"; preferida dos eleitores de Porto Alegre para 2016, Manuela afirma que hoje não pensa em concorrer à prefeitura

Em entrevista exclusiva ao 247, a deputada estadual Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) defende resistência, junto a movimentos sociais, à "agenda conservadora" imposta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e diz que "a proposta de emenda de Cunha que permite o financiamento privado vai na contramão do que o povo quer, porque vai aprofundar o sistema político falho que temos hoje e não aperfeiçoar a democracia"; sobre as atuais denúncias, ela destaca que "o escândalo não é só do PT", que "a corrupção deve ser combatida em qualquer partido" e vê uma "campanha midiática para fragilizar a esquerda"; preferida dos eleitores de Porto Alegre para 2016, Manuela afirma que hoje não pensa em concorrer à prefeitura
Em entrevista exclusiva ao 247, a deputada estadual Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) defende resistência, junto a movimentos sociais, à "agenda conservadora" imposta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e diz que "a proposta de emenda de Cunha que permite o financiamento privado vai na contramão do que o povo quer, porque vai aprofundar o sistema político falho que temos hoje e não aperfeiçoar a democracia"; sobre as atuais denúncias, ela destaca que "o escândalo não é só do PT", que "a corrupção deve ser combatida em qualquer partido" e vê uma "campanha midiática para fragilizar a esquerda"; preferida dos eleitores de Porto Alegre para 2016, Manuela afirma que hoje não pensa em concorrer à prefeitura (Foto: Gisele Federicce)


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Gisele Federicce, 247 – Aos 33 anos de idade, a deputada estadual Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) pode ser considerada um fenômeno político em angariar votos. Ela já foi a deputada mais votada do Rio Grande do Sul por três vezes, sendo que a última delas, nas eleições de 2014, recebeu 222.436 votos, mais que o dobro do segundo colocado.

Entre 2006 e 2014, exerceu dois mandatos consecutivos como deputada federal e, no ano passado, decidiu voltar para Porto Alegre, onde ficaria, segundo ela, mais perto da população de seu Estado e dos movimentos sociais. "Tem se mostrado uma escolha acertada", declarou, em entrevista ao 247. O retorno à capital gaúcha também foi impulsionado por motivos pessoais, segundo a deputada, que está grávida.

Na primeira semana de maio, o nome de Manuela D´Ávila surgiu em primeiro lugar em um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas para a prefeitura de Porto Alegre, seguido da ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL). A parlamentar conta ao 247, no entanto, estar "muito feliz" com o mandato de deputada e afirma não pensar agora na prefeitura, cargo para o qual já concorreu duas vezes. Em 2012, ficou em segundo lugar, derrotada por José Fortunati (PDT), que tentava a reeleição.

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Sobre temas nacionais, ela defende uma "resistência" à "agenda conservadora" imposta pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e diz que "a proposta de emenda de Cunha que permite o financiamento privado vai na contramão do que o povo quer". Manuela também defende que a corrupção seja investigada em todos os partidos e acredita na existência de uma "campanha midiática para fragilizar a esquerda".

Confira:

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Deputada, o Instituto Paraná Pesquisas apontou você como líder nas intenções de voto para a Prefeitura de Porto Alegre. Qual a possibilidade dessa candidatura?

Estou muito feliz com meu mandato de deputada estadual e hoje não penso em concorrer a prefeita de Porto Alegre.

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Ainda sobre a pesquisa. Em segundo lugar, aparece a ex-deputada federal Luciana Genro, que é do PSOL. Na sua avaliação, o porto-alegrense estaria dando uma guindada mais à esquerda ou isso é uma coincidência?

Nós representamos propostas diferentes. Setores progressistas historicamente existiram em Porto Alegre.

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Seu retorno à Assembleia Legislativa, depois de dois mandatos na Câmara Federal, tem alguma relação com 2016?

Não tem relação com 2016. Voltei para ficar mais próxima aos movimentos sociais e às pessoas, o que tem se mostrado uma escolha acertada. Também retornei por motivos pessoais.

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Qual é, na sua opinião, o principal problema da cidade hoje, que mereceria sua atenção inicial?

Acho que há uma grande falta de visão estratégica, de modo geral, em relação à cidade. Se Porto Alegre é agradável pelos extensos espaços verdes, as pessoas querem cada vez mais ocupar espaços. O sistema de transporte público, por exemplo, é caótico. São longas filas nas paradas, problemas de superlotação, atrasos. Se continuamos com um excelente índice de Desenvolvimento Humano frente a outras capitais brasileiras, presenciamos também hospitais superlotados, sem condições estruturais de atender uma demanda que só cresce. Se temos a visão do pôr do sol mais lindo acalentando nossa alma, vemos ruas repletas de lixo, praças mal cuidadas, vias com péssimas condições de trânsito, deixando nossa Porto Alegre tão longe da cidade mais humana que almejamos. Temos tanto e tão pouco... Porto Alegre é uma cidade que precisa acrescentar qualidade de vida às pessoas.

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Qual a maior lição que tirou de Brasília e que chegou determinada a aplicar de volta ao seu Estado?

Brasília, com sua pluralidade, ensina a conviver com a diferença, um aspecto no qual penso que a política do RS precisa avançar. Ouvir mais e dialogar mais aumenta as possibilidades de construção. Aprendi a escutar os outros e a perseverar.

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Você deixou a Câmara Federal em um ano em que o Congresso se tornou, em sua maior parte, conservador. Segundo levantamento do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), este é o Congresso mais conservador desde 1964. Alguns deputados, como sua colega de partido, a Jandira Feghali, acreditam que o presidente da Casa, Eduardo Cunha, tem imposto uma agenda conservadora. Qual sua leitura sobre isso?

Sim, é o Congresso Nacional mais conservador dos últimos tempos e o Eduardo Cunha propõe uma agenda conservadora. Cabe a gente resistir, junto aos movimentos sociais, a essas pautas. A proposta de emenda do Eduardo Cunha que permite o financiamento privado, por exemplo, vai na contramão do que o povo quer, porque vai aprofundar o sistema político falho que temos hoje e não aperfeiçoar a democracia.

E qual sua leitura também sobre o cenário nacional, de investigações e denúncias contra o PT? Existe uma decepção da sua parte em relação ao partido, diante das denúncias de corrupção? A sigla vem sendo punida de forma justa?

Nunca fui militante do PT para ter algum tipo de decepção. Defendo que a corrupção deve ser combatida em qualquer partido. O escândalo não é só do PT e só reafirma o quão sistêmica a corrupção é no Brasil. Mas acredito que existe uma campanha midiática para fragilizar a esquerda que deve ser considerada.

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