Servidores públicos prometem ‘parar’ RS nesta segunda

Orientados pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos, os diferentes setores do Estado devem paralisar, como os da educação e da segurança; protesto é uma reação ao pagamento dos salários em parcelas; Diante de tal fato, em nota, o Governo do Estado diz que reconhece e respeita a legitimidade das manifestações sindicais que possam ocorrer de maneira democrática e responsável; ao mesmo tempo, fará todos os esforços para manter a normalidade dos serviços públicos

Orientados pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos, os diferentes setores do Estado devem paralisar, como os da educação e da segurança; protesto é uma reação ao pagamento dos salários em parcelas; Diante de tal fato, em nota, o Governo do Estado diz que reconhece e respeita a legitimidade das manifestações sindicais que possam ocorrer de maneira democrática e responsável; ao mesmo tempo, fará todos os esforços para manter a normalidade dos serviços públicos
Orientados pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos, os diferentes setores do Estado devem paralisar, como os da educação e da segurança; protesto é uma reação ao pagamento dos salários em parcelas; Diante de tal fato, em nota, o Governo do Estado diz que reconhece e respeita a legitimidade das manifestações sindicais que possam ocorrer de maneira democrática e responsável; ao mesmo tempo, fará todos os esforços para manter a normalidade dos serviços públicos (Foto: Roberta Namour)


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Jaqueline Silveira, do Sul 21 

“Se parcelar, o Estado vai parar”. A ameaça feita pelos servidores públicos estaduais nos últimos dias antes mesmo de o Palácio Piratini confirmar o parcelamento dos salários – o que ocorreu na sexta-feira (31) – promete se tornar realidade nesta segunda-feira (3). Orientados pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos, os diferentes setores do Estado devem paralisar, como os da educação e da segurança. O protesto é uma reação ao pagamento dos salários em parcelas. Na sexta-feira, o Piratini pagou integralmente só os servidores que recebem até R$ 2.150. Os funcionários que ganham acima desse teto receberão o restante em até duas vezes.

Sob orientação do Comando dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), as escolas estaduais não devem abrir suas portas. No final de semana, inclusive, instituições de ensino da Capital estampavam na frente dos prédios aviso sobre o fechamento em adesão ao protesto. Mas um dos setores mais afetados deverá ser o da segurança. Em reunião ainda na última sexta-feira, oito entidades que representam brigadianos e bombeiros decidiram pelo aquartelamento dos profissionais nesta segunda.

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As duas corporações devem atender só os casos mais graves. “A recomendação é que os policiais só saiam para o atendimento de emergências e retornem para o quartel”, informou o secretário-geral da Associação dos Cabos e Soldados (Abamf), Ricardo Agra. Na nota divulgada à imprensa, as entidades recomendaram que a população evite sair de casa.

Mas a redução no policiamento já começou em todo o Estado no final de semana. Na noite de sábado (31), os PMs de Santana do Livramento, na Região da Fronteira, recusaram-se a sair do batalhão porque sete viaturas estavam com as licenças vencidas. Os brigadianos ganharam, inclusive, o apoio dos colegas que estavam de folga e que foram se juntar à manifestação.

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Ainda no sábado, porém à tarde, em Caxias do Sul, um protesto de familiares de policiais impediu que as viaturas deixassem o 12º Batalhão de Polícia Montada, responsável pela segurança no jogo entre Juventude e Brasil de Pelotas, no Estádio Alfredo Jaconi. Por conta do ato, a torcida só conseguiu entrar no estádio com a partida já em andamento. Neste domingo, em muitas cidades ocorreu a “operação padrão” com poucos PMs no patrulhamento, entre elas, a própria Capital. Em municípios em que as viaturas estão em situação irregular, o policiamento está sendo feito a pé. Esses são os casos de Pelotas, na Zona Sul, e Novo Hamburgo, Vale do Sinos.

A Polícia Civil também irá cruzar os braços nesta segunda-feira. Conforme o presidente do Sindicato de Escrivães, Inspetores e Investigadores da Policia (Ugeirm), Isaac Ortiz, só as ocorrências envolvendo crimes contra a vida serão atendidas. “Não vamos fazer mais nada”, garantiu ele. Todos os profissionais irão permanecer nas delegacias e, a partir das 8h, a Ugeirm fará um ato em frente ao Palácio da Polícia, na Avenida João Pessoa, na Capital.

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Neste domingo, o SindBancários conseguiu na Justiça do Trabalho da Capital uma liminar determinando que as agências bancárias não abram nesta segunda-feira se não tiver policiamento.

O Movimento Unificado de Servidores Públicos irá fazer um ato no coração administrativo do Estado, o Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), na Capital. A partir das 8h, os representantes do movimento devem fechar os acessos para impedir a entrada dos servidores. No CAFF, funcionam a maioria das secretarias do Estado. Mas a orientação da coordenação é para paralisar os serviços em todos os órgãos do Estado tanto em Porto Alegre quanto no Interior.

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Um dos que lidera o movimento é o presidente do Sindicato de Servidores Públicos (Sindsepe) do Estado, Claudio Augustin, que critica a postura do governo do Estado. “O governador Sartori pagou todos os vencimentos possíveis mês passado para não sobrar nada para o funcionalismo e criar o caos no Estado. Com o caos, ele justifica o desenvolvimento do RS a partir da privatização do RS ou aumento de impostos. Esta é a política deste governo: Estado Mínimo!”, disparou Augustin.

O Palácio Piratini não se manifestou durante o domingo e até o fechamento desta reportagem sobre a redução do policiamento e paralisação geral nesta segunda-feira. O governador José Ivo Sartori viajou logo depois do anúncio do parcelamento dos salários, na sexta, a Curitiba para um compromisso familiar. Ainda na sexta-feira, a Secretaria Segurança e o Comando-Geral da Brigada Militar divulgaram nota tranquilizando a população sobre ameaça das corporações ligadas á segurança. Na nota, o Comando da BM afirma que “confia que não ocorrerá a prática de qualquer ato contrariando a legislação especial vigente, eis que à corporação, por seus policiais e bombeiros militares, é conferido o dever de preservar a ordem pública e trabalhar em prol da sociedade.”

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Mas faltando menos de uma hora para entrar a segunda-feira, às 23h10min, uma nota à população foi publicada no site do governo do Estado sobre a paralisação.

Nota divulgada pelo governo no final do domingo:

Comunicado à população gaúcha:

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O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, desde o início do ano, comunicou de maneira transparente e aberta a situação de gravidade das finanças públicas estaduais.

O Governo adotou medidas severas de austeridade para manter a governabilidade, procurando causar o menor dano possível aos servidores e aos diferentes setores da sociedade.

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Na última sexta, em medida extrema, o poder público se viu obrigado a parcelar o salário de 48% do funcionalismo público. Respeitamos e compreendemos as dificuldades que isso impõe aos servidores e às suas famílias.

Diante de tal fato, o Governo do Estado reconhece e respeita a legitimidade das manifestações sindicais que possam ocorrer de maneira democrática e responsável. Ao mesmo tempo, fará todos os esforços para manter a normalidade dos serviços públicos.

Temos convicção de que, neste momento do Estado, os líderes sindicais saberão adotar uma postura de respeito à população e ao papel constitucional e institucional que possuem. Estamos todos do mesmo lado e precisamos encontrar soluções conjuntas para superar o desequilíbrio financeiro.

O governador José Ivo Sartori determinou que todas as equipes de governo mantenham permanente diálogo com os servidores e seus representantes, especialmente os secretários da Casa Civil, Márcio Biolchi, da Segurança Pública, Wantuir Jacini, da Educação, Vieira da Cunha, e da Saúde, João Gabbardo.

· Durante esta semana, o Governo do Estado estará em contato permanente com o Governo Federal, poderes, organizações, sindicatos e equipe de governo para ultimar um novo conjunto de projetos de enfrentamento da crise e de mudança estrutural do Estado, que será enviado à Assembleia Legislativa.

· Renovamos à população gaúcha nossa disposição de enfrentar esta situação por meio da solidariedade de toda a sociedade. A crise é estrutural e não será resolvida pelo velho radicalismo político. O enfrentamento real e decisivo depende da união de todos os gaúchos.

GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

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