PF pede perdão para delatores do trensalão tucano

Delegado da Polícia Federal Milton Fornazari Júnior pediu à Justiça o perdão judicial aos ex-executivos da Siemens Everton Reinheimer e Jean Malte Orthman; os dois foram os principais delatores do esquema que dominou contratos bilionários do Metrô e da CPTM durante governos do PSDB em São Paulo; Reinheimer foi quem indicou nomes de políticos, entre os quais deputados federais, que teriam sido beneficiários de propinas das empresas

Delegado da Polícia Federal Milton Fornazari Júnior pediu à Justiça o perdão judicial aos ex-executivos da Siemens Everton Reinheimer e Jean Malte Orthman; os dois foram os principais delatores do esquema que dominou contratos bilionários do Metrô e da CPTM durante governos do PSDB em São Paulo; Reinheimer foi quem indicou nomes de políticos, entre os quais deputados federais, que teriam sido beneficiários de propinas das empresas
Delegado da Polícia Federal Milton Fornazari Júnior pediu à Justiça o perdão judicial aos ex-executivos da Siemens Everton Reinheimer e Jean Malte Orthman; os dois foram os principais delatores do esquema que dominou contratos bilionários do Metrô e da CPTM durante governos do PSDB em São Paulo; Reinheimer foi quem indicou nomes de políticos, entre os quais deputados federais, que teriam sido beneficiários de propinas das empresas (Foto: Aquiles Lins)


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SP 247 - O delegado da Polícia Federal Milton Fornazari Júnior pediu à Justiça o perdão judicial aos principais delatores do cartel de três e do metrô de São Paulo, os ex-executivos da Siemens Everton Reinheimer, e Jean Malte Orthman.

O delegado da PF argumenta que o engenheiro Everton Reinheimer e Jean Malte Orthman tiveram papel decisivo na investigação que desmontou o esquema de gigantes do setor para conquistar contratos bilionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no período entre 1998 e 2008 – governos Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.

Segundo reportagem de Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo, Reinheimer é identificado pela PF como “colaborador X”. Orthman é o “colaborador Y”. Os dois fizeram delação em outubro de 2013. Seus relatos abordaram amplamente detalhes do cartel e revelaram os métodos empregados pelas sociedades que se ajustaram para fraudar licitações, segundo conclusão da PF. Foi Everton Reinheimer quem indicou nomes de políticos, entre os quais deputados federais, que teriam sido beneficiários de propinas das empresas.

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“Sempre colaboraram nos autos espontaneamente, trazendo elementos aptos a elucidar os fatos criminosos dos quais tiveram conhecimento e participação”, destaca o delegado da PF que desativou o cartel.

Na avaliação de Fornazari, os delatores foram decisivos para três resultados da investigação: 1) identificação dos demais coautores e partícipes das infrações penais por eles praticadas; 2) revelação da estrutura hierárquica e da divisão das tarefas nas empresas corruptoras; 3) recuperação parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticada.

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Entre os indiciados estão o presidente da CPTM, Mário Bandeira, e o diretor de Operações da estatal, José Luiz Lavorente. Os dois são acusados de fraude à licitação relativo a um projeto que não consta do acordo de leniência firmado pela Siemens com o CADE. Bandeira e Lavorente, profissionais com larga experiência no setor, negam taxativamente envolvimento em ilícitos.

O relatório final da PF sobre o cartel metroferroviário preenche 127 páginas. No capítulo intitulado “Corrupção passiva de pessoas com foro por prerrogativa de função”, o delegado Fornazari Jr. assinala que “além da participação da Diretoria da CPTM, foram identificados indícios iniciais de corrupção passiva, por meio das coerentes e intrinsecamente válidas colaborações premiadas, também em relação aos parlamentares Arnaldo Calil Pereira Jardim, Edson Aparecido dos Santos, José Aníbal Peres de Pontes e Rodrigo Garcia, tratando-se os três últimos de pessoas que integraram a cúpula do Governo do Estado de São Paulo em diversos momentos, em especial nas Secretarias de Estado”.

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O delegado observa que, “em razão da Prerrogativa de foro, os autos foram remetidos para o Supremo Tribunal Federal”.

O STF excluiu do inquérito, inicialmente, Arnaldo Jardim e Edson Aparecido. A Corte máxima, porém, ainda não decidiu se as investigações sobre os outros citados, José Aníbal e Rodrigo Garcia, devem prosseguir. Ambos negam veementemente ligação com o cartel metroferroviário.

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No relatório final, a PF pediu à Justiça Federal que autorize o compartilhamento das informações e provas juntadas ao inquérito com o ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso no STF, com o procurador geral de Justiça de São Paulo, Márcio Fernando Elias Rosa, e com o Banco Central – aqui, para instrução do processo administrativo “em razão da presença de indícios da manutenção ilegal de depósitos no exterior por 10 dos investigados e pela Siemens”.

Leia aqui a matéria na íntegra.

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