Gilmar e seus ministros amestrados liberaram geral

Para Alex Solnik, colunista do 247, "o que Gilmar Mendes e seus ministros amestrados buscavam [no julgamento do TSE] não era fazer justiça e sim salvar Temer"; "Depois desse julgamento em que prevaleceu o cinismo, a falácia, a indisfarçável conivência com ilícitos e em que malfeitos de tamanho considerável foram absolvidos, não se sabe mais o que pode e o que não pode fazer na política brasileira, já que tudo vai depender da interpretação do juiz que estiver de plantão. A sentença do TSE criou uma enorme insegurança jurídica", avalia o jornalista; "Gilmar e seus ministros amestrados liberaram geral", afirma Solnik

Gilmar Mendes
Gilmar Mendes (Foto: Alex Solnik)


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Numa reedição daquele proporcionado pelos deputados que votaram pelo impeachment em nome de seus pets, no ano passado, o espetáculo de sexta-feira 9 no TSE faz parte do samba do crioulo doido (com perdão aos crioulos e aos doidos e a Stanislaw Ponte Preta, sobretudo) em que este país se transformou.

Não havia como não acompanhar o voto exaustivo do relator Herman Benjamin. Ele esmiuçou todos os fatos, desceu aos detalhes, deu antecedentes, forneceu provas documentais, provas testemunhais, citou juristas, colegas, conduziu sua argumentação de forma serena e desapaixonada.

Não havia como não concluir, como ele concluiu, que os ilícitos identificados na campanha presidencial da chapa Dilma-Temer de 2014 representaram notável abuso econômico, o que desequilibrou a disputa, tornando a sua vitória fraudulenta, com gastos acima do teto, pagamentos no exterior e compra de apoio de partidos também por meio de caixa 2.

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Uma enxurrada de barbaridades, inaceitáveis no regime democrático.

Em nove horas de exposição que nunca foi menos que douta, mas em nenhum momento deixou de ser comprensivel, o relator colocou a nu os acontecimentos da campanha de 2014, mostrou os elos, os nexos, fez uma radiografia da República Cleptocrática do Brasil de forma primorosa e irrepreensível.

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E deixou para a posteridade uma frase lapidar em relação à mistura de dinheiro de caixa 1 com dinheiro de caixa 2:

"O ilícito contamina o lícito, mas o legal não purifica o ilegal".

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No entanto, contra todas as evidências, apenas dois colegas acompanharam seu voto: Luiz Fux e Rosa Weber.

Os demais, os três mosqueteiros de Temer – Admar Gonzaga, Napoleão Maia e Tarcisio Neto – comandados por Gilmar Mendes, que forma com eles o grupo dos 4 Cavaleiros do Apocalipse, preferiram bancar avestruzes e coveiros de provas vivas.

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Fingiram desconhecer as evidências que enlamearam a disputa de 2014, brandindo as mesmas cínicas alegações que variaram entre "ah, mas o que rolou depois de março passado não vale como prova" e "a petição inicial mandou investigar a Petrobrás e não a Odebrecht" até chegar à pérola de Gilmar Mendes: "Não se pode derrubar presidente a toda hora".

O que Gilmar Mendes e seus ministros amestrados buscavam não era fazer justiça e sim salvar Temer.

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Depois desse julgamento em que prevaleceu o cinismo, a falácia, a indisfarçável conivência com ilícitos e em que malfeitos de tamanho considerável foram absolvidos, não se sabe mais o que pode e o que não pode fazer na política brasileira, já que tudo vai depender da interpretação do juiz que estiver de plantão.

A sentença do TSE criou uma enorme insegurança jurídica.

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Gilmar e seus ministros amestrados liberaram geral.

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