Parente caiu por causa de 1 centavo
O colunista do 247 Alex Solnik destaca que a gota d'água que resultou na saída de Pedro Parente do comando da Petrobras não foi a gree dos caminhoneiros ou o desmonte da estatal; "O erro fatal de Parente foi ter aumentado o preço da gasolina anteontem, em meio à crise, de 1,9526 para 1,9671 por litro, na refinaria. Não importa que tenha sido aumento de apenas 1 centavo, o fato é que ele escolheu o momento errado. Teve a pachorra de aumentar o preço da gasolina quando nem havia gasolina na bomba", diz
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Nada indicava, desde o início da crise, que Pedro Parente iria cair. Ele aguentou firme todas as negociações entre governo e grevistas que iam de encontro à sua política de preços que consistia em aumentos diários, de acordo com as flutuações do dólar e do petróleo, para delírio dos investidores de Wall Street que o chamavam de gênio.
Temer e seus ministros investigados na Lava Jato cederam às pressões para derrubar preço do diesel porque perceberam, raposas velhas que são, que se os caminhoneiros parassem o país por muito tempo o governo cairia. E eles cairiam na República de Curitiba. O fantasma do Chile de 1973 pairava sobre o Planalto. Caminhoneiros pararam o país por 27 dias e derrubaram Allende. Eles não iriam optar pela saída heroica, como ele, o que os atemorizava caso fossem derrubados eram as grades da Papuda.
O erro fatal de Parente foi ter aumentado o preço da gasolina anteontem, em meio à crise, de 1,9526 para 1,9671 por litro, na refinaria. Não importa que tenha sido aumento de apenas 1 centavo, o fato é que ele escolheu o momento errado. Teve a pachorra de aumentar o preço da gasolina quando nem havia gasolina na bomba. Mostrou toda a sua arrogância. Foi um tapa na cara dos brasileiros.
Não conheço os bastidores da sua queda, mas entendo que deva ter alguma relação com essa atitude insensível, pois até então ele vinha reafirmando que continuaria no comando da Petrobrás.
É claro, para Temer interessava mais que Parente continuasse, contanto que segurasse o preço do diesel até o final do seu mandato, e também para os acionistas, porque ele vinha dando dividendos espetaculares, mas para o Brasil foi muito melhor assim. Saiu de cena o mais americanófilo dos presidentes da Petrobrás. Uma empresa que foi criada e vinha sendo gerida a favor dos brasileiros estava há dois anos obedecendo a interesses externos, em especial os dos Estados Unidos, gerando lucros para estrangeiros e prejudicando os brasileiros com aumentos abusivos que só não afetam a inflação porque a economia está devagar, quase parando.
A Petrobrás deve ser gerida não como uma empresa privada, para gerar lucros mastodônticos, dado que é majoritariamente estatal: o governo brasileiro – todos os brasileiros, portanto - detém 51% das ações.
Seus dividendos devem ser revertidos majoritariamente para o desenvolvimento social e econômico dos brasileiros e não para engordar lucros de investidores de Wall Street.
Esse deve ser o primeiro compromisso do próximo presidente da Petrobrás.
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