O Brasil de Temer, um governo a serviço da Shell

"Em qualquer lugar do mundo, a revelação de que um integrante do governo atua a serviço de interesses internacionais seria tratada como escândalo de grandes proporções – um crime de lesa-pátria e de traição nacional. No entanto, no Brasil de hoje, anestesiado pelo golpe de 2016 e pela incapacidade dos brasileiros de removerem uma administração rejeitada por mais de 90% da população, o caso corre o risco de cair no esquecimento", afirma Leonardo Attuch, editor do 247, sobre o caso que tem como protagonista Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, acusado de trabalhar em favor de interesses britânicos; para Attuch, "o mais grave é o silêncio dos empresários"

"Em qualquer lugar do mundo, a revelação de que um integrante do governo atua a serviço de interesses internacionais seria tratada como escândalo de grandes proporções – um crime de lesa-pátria e de traição nacional. No entanto, no Brasil de hoje, anestesiado pelo golpe de 2016 e pela incapacidade dos brasileiros de removerem uma administração rejeitada por mais de 90% da população, o caso corre o risco de cair no esquecimento", afirma Leonardo Attuch, editor do 247, sobre o caso que tem como protagonista Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, acusado de trabalhar em favor de interesses britânicos; para Attuch, "o mais grave é o silêncio dos empresários"
"Em qualquer lugar do mundo, a revelação de que um integrante do governo atua a serviço de interesses internacionais seria tratada como escândalo de grandes proporções – um crime de lesa-pátria e de traição nacional. No entanto, no Brasil de hoje, anestesiado pelo golpe de 2016 e pela incapacidade dos brasileiros de removerem uma administração rejeitada por mais de 90% da população, o caso corre o risco de cair no esquecimento", afirma Leonardo Attuch, editor do 247, sobre o caso que tem como protagonista Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, acusado de trabalhar em favor de interesses britânicos; para Attuch, "o mais grave é o silêncio dos empresários" (Foto: Leonardo Attuch)


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Em qualquer lugar do mundo, a revelação de que um integrante do governo atua a serviço de interesses internacionais seria tratada como escândalo de grandes proporções – um crime de lesa-pátria e de traição nacional. No entanto, no Brasil de hoje, anestesiado pelo golpe de 2016 e pela incapacidade dos brasileiros de removerem uma administração rejeitada por mais de 90% da população, o caso corre o risco de cair no esquecimento.

O protagonista deste episódio é Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia. Segundo um telegrama da embaixada britânica, Pedrosa se reuniu com Greg Hands, ministro do Comércio do Reino Unido, e prometeu fazer lobby, no governo brasileiro, em defesa de petroleiras como a Shell e a BP. Dito e feito, antes dos leilões do pré-sal, foram removidas as exigências de conteúdo nacional na compra de equipamentos, as leis ambientais foram flexibilizadas e as empresas ainda ganharam isenção fiscal por mais de vinte anos.

O caso só veio a público porque o Greenpeace, com base numa legislação semelhante à Lei de Acesso a Informação, buscou detalhes a respeito da vinda de Greg Hands ao Brasil. Soube-se então que o próprio ministro britânico narrava ter um lobista de seus interesses dentro do governo brasileiro. O Greenpeace investigou o caso porque pretendia denunciar a hipocrisia da administração de Theresa May, que, internamente, assume compromissos contra o aquecimento global e, globalmente, atua em defesa de combustíveis fósseis e faz lobby para flexibilizar leis ambientais.

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Até agora, nem Paulo Pedrosa nem o seu chefe Fernando Bezerra Coelho deram satisfações à sociedade sobre o fato de defenderem interesses da Shell. Apostam no esquecimento, mas essa é uma estratégia de alto risco. O torpor da sociedade brasileira não será eterno e, fatalmente, os dois terão que responder por ações judiciais que serão movidas por petroleiros, engenheiros da Petrobras e outras entidades de classe.

O mais grave, no entanto, é o silêncio dos empresários. Todos os favores à Shell e outras multinacionais do petróleo foram agrupados na Medida Provisória 795, que praticamente mata os fornecedores brasileiros da cadeia de óleo e gás. O Brasil, que, graças ao pré-sal, se tornou uma potência energética, pretendia usar suas vantagens competitivas para desenvolver uma indústria nacional de equipamentos.

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No entanto, a cada dia fica mais claro que a reversão desse processo foi uma das principais causas do golpe de 2016. Era necessário não apenas tomar o petróleo, como também desindustrializar o Brasil. A crise econômica do Rio de Janeiro, em grande medida, é consequência dessa implosão atômica. O escândalo Shell, no entanto, dá ao Brasil a oportunidade histórica de reabrir uma luta em defesa dos interesses nacionais.

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