Tentando assaltar o poder

"Só o desespero diante da possibilidade do governo Dilma recuperar oxigênio com a posse de Lula na Casa Civil explica a organização de um protesto de natureza tipicamente fascista em frente ao Palácio do Planalto. O objetivo é impedir uma presidente eleita por mais de 54 milhões de brasileiros de exercer o direito de escolher livremente seus auxiliares. Um dos instrumentos usados para estimular o protesto foi a divulgação, pela TV, de um grampo contendo conversas de Lula com a presidente da República, iniciativa que escandaliza autoridades ouvidas pelo 247", aponta Paulo Moreira Leite; o normal, quando se descobre uma prova fortuita, envolvendo autoridade de foro privilegiado, é levar o material para cima – o que o juiz Sergio Moro não fez

"Só o desespero diante da possibilidade do governo Dilma recuperar oxigênio com a posse de Lula na Casa Civil explica a organização de um protesto de natureza tipicamente fascista em frente ao Palácio do Planalto. O objetivo é impedir uma presidente eleita por mais de 54 milhões de brasileiros de exercer o direito de escolher livremente seus auxiliares. Um dos instrumentos usados para estimular o protesto foi a divulgação, pela TV, de um grampo contendo conversas de Lula com a presidente da República, iniciativa que escandaliza autoridades ouvidas pelo 247", aponta Paulo Moreira Leite; o normal, quando se descobre uma prova fortuita, envolvendo autoridade de foro privilegiado, é levar o material para cima – o que o juiz Sergio Moro não fez
"Só o desespero diante da possibilidade do governo Dilma recuperar oxigênio com a posse de Lula na Casa Civil explica a organização de um protesto de natureza tipicamente fascista em frente ao Palácio do Planalto. O objetivo é impedir uma presidente eleita por mais de 54 milhões de brasileiros de exercer o direito de escolher livremente seus auxiliares. Um dos instrumentos usados para estimular o protesto foi a divulgação, pela TV, de um grampo contendo conversas de Lula com a presidente da República, iniciativa que escandaliza autoridades ouvidas pelo 247", aponta Paulo Moreira Leite; o normal, quando se descobre uma prova fortuita, envolvendo autoridade de foro privilegiado, é levar o material para cima – o que o juiz Sergio Moro não fez (Foto: Paulo Moreira Leite)


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   Se havia alguma dúvida sobre o método escolhido pelos adversários do governo para retirar Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, onde ela exerce a presidência com base no voto popular, não há mais. Há uma tentativa de golpe em curso no país e ele atingiu um ponto agudo nas últimas horas.

 Desesperada pela hipótese de Dilma recuperar oxigênio político pela nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, uma típica manifestação de natureza fascista foi armada em frente ao Palácio do Planalto. O caráter antidemocrático dessa concentração é fácil de entender.

   Mesmo monitorado pela Polícia Federal, inclusive através de grampo telefônico, Lula é um cidadão no pleno gozo de seus direitos políticos. A denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo na semana passada não foi sequer examinada pela juiza Maria Priscilla, que considerou que o caso deveria ser examinado pelo juiz Sergio Moro.

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   Nessa condição, não há nenhum obstáculo legal para que Lula assuma um ministério. Toda tentativa de questionar esse ato, inteiramente legítimo, não passa de um esforço para tentar impedir -- na marra -- uma presidente da República de exercer seus direitos. Golpe é isso. Dilma foi eleita por mais de 54 milhões de brasileiros e tem todo direito de escolher auxiliares que julga dignos de sua confiança.

   A divulgação de grampos telefônicos com as opiniões de Lula alimenta os adversários do governo   mas sua importância deve ser compreendida no verdadeiro contexto.

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    A questão não diz respeito ao conteúdo -- pois ninguém pode ter condenado por suas opiniões políticas, como assegura a Constituição. Ainda mais quando elas se manifestam em conversas privadas. A questão é de forma, explica Cristiano Zanin, advogado de Lula.

    (Ao saber da nomeação de Lula, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso expressou sua crítica através do velho preconceito contra Lula: "você não pode dirigir este país sendo analfabeto". Você não acha escandaloso?)

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    O aspecto grave reside na divulgação de um grampo contendo conversas de Lula com a presidente da República. Juristas consultados pelo 247 questionam a decisão.

     Lula já havia acertado sua ida para o ministério mas a decisão ainda não fora formalizada. O diálogo capta justamente o momento em que Dilma informa a Lula que está enviando o termo de posse, documento que, depois de assinado, oficializaria sua condição de ministro.

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     No momento do diálogo gravado, pouco depois das 13 horas, Lula não possuía foro privilegiado. A decisão de divulgar sua conversa, o que ocorreu depois que sua nomeação como ministro já fora anunciada oficialmente, pode ser considerada um ato de provocação política, destinado a criar uma  "comoção social," nas palavras do advogado.

     Mas Dilma não pode ser monitorada sem autorização do STF. O diálogo entre a presidente e o futuro ministro pode ser considerado aquilo que se chama de " prova fortuita." Neste caso, conforme uma autoridade policial ouvida pelo 247, o comportamento padrão é manter reserva sobre o material descoberto -- e enviar "para cima", pois o Supremo é que tem a guarda desse material.

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     A concentração em frente ao Planalto reproduziu um traço preocupante que já havia aparecido em São Paulo -- a hostilidade contra políticos, de qualquer partido. Mesmo parlamentares da oposição que tentaram engrossar o protesto foram enxotados pelos manifestantes. É um traço previsível. Mesmo realizando uma investigação necessária sobre corrupção e desmandos na Petrobras, a Lava Jato transformou-se numa operação antidemocrática, que ameaça conduzir a destruição da classe política.

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