Vitoria em Cannes marca novo vexame de Bolsonaro

"A premiação de Bacurau e de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão é um tapa no rosto da visão cultural de Bolsonaro", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. "Além de esvaziar qualquer programa de apoio oficial ao cinema, meses atrás a APEX suspendeu qualquer ajuda na divulgação das sete produções brasileiras que foram exibidas em Cannes, o mais importante festival do planeta."

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Por Paulo Moreira Leite, para o Jornalistas pela Democracia - A premiação de Bacurau e A Vida Invisível de Eurídice Gusmão marca um desempenho inédito do cinema brasileiro na cena internacional. Jamais dois filmes brasileiros conseguiram premiação tão relevante num mesmo ano, naquele que é considerado o maior festival de cinema do planeta. São troféus importantes. Bacurau ganhou o premio do júri, um dos relevantes. A Vida Invisível... ficou com Un Certain Regard, destinado a filmes que oferecem inovações na linguagem.

Esse desempenho confirma o amadurecimento de nosso cinema, fruto de um esforço acumulado de várias gerações de profissionais. Tem a marca de uma sucessão de políticas públicas bem sucedidas. 

Também marca um novo vexame do governo Bolsonaro, que entrou para a história, entre outras proezas, pela extinção do Ministério da Cultural e o esvaziamento de toda política oficial de apoio ao cinema. Fruto deliberado dos preconceitos alimentos por  um anti-intelectualismo primitivo, que leva a desconfiar de toda produção nacional -- atitude que beneficia a exibição de produções estrangeiras, em particular norte-americanas -- os  dois prêmios foram obtidos justamente em 2019.

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No ano do primeiro mandato de Bolsonaro, ocorreu uma situação absurda. Agência encarregada de financiar exportações, alvo de uma disputa interna entre correntes do bolsonarismo, a APEX chegou a suspender o patrocínio que poderia auxiliar a divulgação das sete produções brasileiras que se apresentaram em Cannes. Isso mesmo. Sete filmes participaram daquela vitrine que é uma das grandes portas abertas para o mercado internacional.

Agora, o cinema brasileiro têm direito a uma boa festa pelo reconhecimento. Bolsonaro e sua turma estarão de fora -- merecidamente.

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