Pentágono dobra Trump e o leva à guerra sem a qual o império de Tio Sam desaba

Derrotada a grande potência, por que Bassar al Assad iria chutar cachorro morto? Só para tirar sarro, disparando armas químicas contra povo sírio? Burrice. Seria ferir a lógica



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Economia de guerra - Trump tinha dito que tiraria as tropas americanas que estavam na Síria, porque não tinham mais nada que fazer lá.

Havia perdido a guerra, o que não disse.

A Síria, com ajuda da Rússia, manda no terreiro dela, depois de oito anos de agressão imperialista.

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Os terroristas do estado islâmico financiados por Tio Sam foram derrotados.

Derrotada a grande potência, por que Bassar al Assad iria chutar cachorro morto?

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Só para tirar sarro, disparando armas químicas contra povo sírio?

Burrice.

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Seria ferir a lógica.

Com os mísseis russos instalados na Síria, com os americanos derrotados, com o equilíbrio macro guerreiro instalado no Oriente Médio, via aliança Russia-Irã-Turquia-Síria, Israel, maior aliado dos EUA, não daria mais uma de galo valente, mesmo com suas bombas atômicas.

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Se todos têm bomba atômica, hoje, anulam-se as forças em jogo, por meio da lógica dissuassiva.

Se com bomba atômica, EUA perderam para a Síria, armada pela Rússia, que adiantaria Israel dispor de bomba contra os inimigos no Oriente Médio, se não poderá usá-la, se ficaria exposto à bomba dos outros?

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A derrota americana na Síria seria seguida por tempo de paz?

Paz dá prejuízo
O problema é que a paz não é negócio para o estado americano dependente da economia de guerra.

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Sem guerra, o império de Tio Sam desaba.

Teriam que ser desativadas 180 bases militares nos cinco continentes.

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Todos os soldados teriam que voltar para casa.

Problema.

Desde a segunda guerra, são os gastos com produção bélica e espacial que puxam a demanda global imperialista americana, sustentando o ESTADO INDUSTRIAL MILITAR NORTE-AMERICANO – assim denominado por Eisenhower, em 1960.

As cadeias produtivas interativas acopladas a esse estado armado até os dentes são as responsáveis pela vanguarda científica e tecnológica produzida pela guerra, financiada pelos gastos públicos.

São os subprodutos indispensáveis para dinamizar a economia como um todo na era da informação, da espionagem, do fake news.

Trata-se de organismo dinâmico que tem na produção bélica e espacial sua essência estrutural.

Keynes, que sabia das coisas, disse, em 1936, a Roosevelt, como superar o crash do lassair faire em 29:

"Penso ser incompatível com a democracia que o governo eleve seus gastos na escala necessária capaz de fazer valer a minha tese – a do pleno emprego -, salvo em condições de guerra. Se os Estados Unidos se INSENSIBILIZAREM para preparação das armas, aprenderão a conhecer sua força."

Não deu outra.

Os Estados Unidos saíram da segunda guerra como potência mundial.

Desde então, o império não vive sem guerra.

Caso contrário, o capitalismo, abastecido pelos gastos com produção bélica e espacial, entra em crise.

Vitória dos falcões
Trump, embora tenha destinado 1,5 trilhão de dólares à produção armamentista, no orçamento do ano passado, para acalmar os falcões do Pentágono, vinha fazendo jogo de aproximação com Putin, desde que derrotou Hillary.

Incomodou horrores os generais americanos, inconformados com essa possibilidade.

O anuncio de Trump que desativaria as tropas e as armas contra a Síria, porque estava jogando dinheiro fora, ficando por lá, foi a gota dágua.

Como desativar significa desarmar o ESTADO INDUSTRIAL de Tio Sam, cresceram as pressões contra o titular da Casa Branca.

Ao apertar o botão para detonar a guerra, Trump decidiu fazer o que Hillary Clinton faria na primeira hora se fosse eleita: bombardear a Síria e acelerar guerra fria ou quente contra Rússia.

Os falcões do Pentágono se chatearam com a derrota de Hillary.

Trump, ao lado de promessas protecionistas, nacionalistas, dispôs-se, se eleito, dialogar com Putin, para parar guerra.

O presidente americano não foi muito longe.

Não entendeu que jogar dinheiro fora – pura dissipação -, para manter ESTADO INDUSTRIAL MILITAR NORTE-AMERICANO, representa a essência da macroeconomia capitalista guerreira dos Estados Unidos?

Marx, nos Grundrisses, disse que o capitalismo desenvolveria ao máximo as forças produtivas, entraria em senilidade e passaria, então, a desenvolver as forças destrutivas, na guerra.

Depois de dinamizar as forças produtivas até o fim do lassair faire, levando o capitalismo à deflação de 1929, o sistema capitalista cumpriu a previsão marxista: partiu para dinamizar as forças destrutivas, na guerra, emitindo moeda estatal inconversível, para reverter tendência capitalista deflacionária.

A arma capitalista passou a ser a dívida pública, para esconder crescimento da inflação, a solução keynesiana.

A dívida, dialeticamente, cresce no lugar da inflação.

Consumidor improdutivo
Assim, desarmar a dívida, como imaginam os ingênuos neoliberais – como o ministro Guardia -, é puro suicídio.

Tio Sam aprendeu isso, depois do conselho de Keynes, para se tornar potência mundial.

Porém, agora, pinta a grande contradição, decorrente do esgotamento da capacidade de endividamento do estado nacional, em escala global, por meio do remédio keynesiano.

Bombeá-la, mesmo em tempo de juro zero ou negativo, justamente, para evitar implosão monetária, poderia produzir hiperinflação global.

O dólar viraria papel de parede.

Os gênios do capitalismo ainda não descobriram solução alternativa à recomendação do genial do economista inglês, discípulo de Malthus, de que o capitalismo precisa dissipar gastos públicos para sobreviver, que necessita, enfim, criar consumidores improdutivos, para se reproduzir etc.

Congelar gasto público, por vinte anos, como faz o governo golpista de Temer, é desconhecer que o capitalismo pós lassair faire, só avança com expansão dos consumidores improdutivos, gerados no departamento III capitalista, o governo bombeado pela dívida pública, via moeda estatal, para puxar demanda global.

A solução Guardia é voltar ao século 19; retorno ao útero materno; só Freud explica.

Como Tio Sam não é adepto de Freud, mas de Nietzche, do super-homem, que, porém, não aguenta mais a concorrência eurasiática em expansão(China, Japão, Coreia do Sul, Indonésia, Vietnan, Rússia, Índia etc, no ambiente do BRICs), tem que desviar a atenção dos americanos de que não é mais aquela brastemp competitiva global.

Como?

Fazendo guerra.

Dessa vez, inventou os ataques químicos farsantes de Bassar Al Assad, para justificar o ataque.

Sem essa impulsividade louca, bem apropriada à personalidade de Trump, o império deixaria de ser império.

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