Congresso ensaia um parlamentarismo informal e a crise se aprofunda
Desapontada e preocupada com as “caneladas” de Bolsonaro e sua prole, a Banca (mercado financeiro) aposta que o Congresso aprove alguma reforma da Previdência ainda este ano, sem dividir os bônus com Bolsonaro, numa espécie de parlamentarismo informal.
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Desapontada e preocupada com as “caneladas” de Bolsonaro e sua prole, a Banca (mercado financeiro) aposta que o Congresso aprove alguma reforma da Previdência ainda este ano, sem dividir os bônus com Bolsonaro, numa espécie de parlamentarismo informal.
Nesta semana, a Câmara aprovou a Medida Provisória MP 870/19, da reforma administrativa, confirmando a redução de 29 para 22 ministérios, mas manteve a proposta da Comissão que analisou a MP de devolver a Funai para o Ministério da Justiça e o Coaf para a Economia, derrotando o governo na figura do ex-juiz e então ministro Sérgio Moro. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), os parlamentares deram início à tramitação de uma Reforma Tributária sem envolvimento do governo.
Os principais jornalões apontam que enquanto Bolsonaro polariza, o Congresso fará as vezes do Executivo, assumindo o timão do navio. Some-se a isso o PSDB buscando assinaturas para trazer de volta à pauta o debate de mudança de regime, para o parlamentarismo. Aprofundando a crise, a proposta seria apresentada como uma “solução” sem os prejuízos e desgastes de mais um impeachment em menos de três anos. O problema é a crise de hegemonia onde não se emplaca um projeto político desde 2013.
Num outro movimento, o DEM de Rodrigo Maia está coletando assinaturas para abrir uma CPI mista dos crimes cibernéticos na Câmara e no Senado, mais precisamente financiamento de fake news e de ataques a parlamentares pelas redes sociais.
Paulo Guedes, em entrevista à revista Veja, ameaçou deixar o governo caso a reforma da Previdência vire uma "reforminha". O ministro pressiona um Congresso já acuado e hostil, minando seu papel de fiel da balança de um governo instável e deixando Bolsonaro “pendurado na brocha” justamente no momento em que enfrenta uma crise de popularidade e as primeiras manifestações de rua, como as do último dia 15 de maio.
Para a opinião pública, segundo a pesquisa XP investimos publicizada nesta sexta-feira (24), a crise continua sendo culpa do PT (49%), a imprensa noticia desfavoravelmente o governo Bolsonaro (56%) e a maior culpa é do Congresso (30%), consolidando a compreensão de que a relação entre Executivo e Legislativo está cada vez pior (40%) e que a responsabilidade por distensionar essa relação é do Bolsonaro (48%).
Diante disso, acho que as manifestações chamadas para o próximo domingo (26) sejam, do ponto de vista de adesão, um copo meio cheio, meio vazio. O que é o melhor dos cenários para Bolsonaro.
No entanto, nada indica que as relações serão pacificadas. Os atos de domingo (26) podem jogar mais lenha na fogueira em que tentam queimar o parlamento, com reações imprevisíveis.
A ver.
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