É hora de negar a “política”

Essa retórica mesquinha de criminalização da política não é senão um modo de manutenção do mesmo. Ela tem como avalista o mercado financeiro e as forças sociais abastadas que pretendem manter seus privilégios. Ou seja, homens, brancos, ricos e conservadores. E é exatamente essa a política que deve ser negada!

Essa retórica mesquinha de criminalização da política não é senão um modo de manutenção do mesmo. Ela tem como avalista o mercado financeiro e as forças sociais abastadas que pretendem manter seus privilégios. Ou seja, homens, brancos, ricos e conservadores. E é exatamente essa a política que deve ser negada!
Essa retórica mesquinha de criminalização da política não é senão um modo de manutenção do mesmo. Ela tem como avalista o mercado financeiro e as forças sociais abastadas que pretendem manter seus privilégios. Ou seja, homens, brancos, ricos e conservadores. E é exatamente essa a política que deve ser negada! (Foto: Verônica Lima)


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Ao que tudo indica, o discurso de negação da política dará a tônica dos debates no processo eleitoral deste ano. Diante da impopularidade dos políticos frente à opinião pública, grupos oportunistas aproveitam o momento para rechaçar a política como um todo (!). Apresentam-se como o novo e como a possibilidade de renovação estrutural da esfera pública.

Essa retórica mesquinha de criminalização da política não é senão um modo de manutenção do mesmo. Ela tem como avalista o mercado financeiro e as forças sociais abastadas que pretendem manter seus privilégios. Ou seja, homens, brancos, ricos e conservadores. E é exatamente essa a política que deve ser negada!

Explico-me. Chegou a hora e a vez de o campo sócio-identitário ocupar massivamente os espaços de poder. O Congresso brasileiro deve, de fato, representar os cidadãos de nosso país. Precisamos dar ainda mais voz às mulheres, às negras, às lésbicas, às faveladas. Ou seja, os espaços políticos também devem ser ocupados pela expressiva parcela da população que tem sua expectativa de vida reduzida por causa da cor de sua pele, ou pela sua orientação social, por exemplo.

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A política que deve ser negada é aquela que se resume ao espaço de manutenção de homens brancos e ricos, empresários, representantes do agronegócio e afins. A política que deve ser negada é aquela que se mostra sempre alérgica ao reconhecimento das diversidades de gênero, de origens sociais, de percursos de vida ditos diferentes.

Fui a primeira mulher negra e de origem pobre eleita vereadora na Cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. Hoje, em meu segundo mandato, tenho cada vez mais certeza de que a minha luta é a de milhões de brasileiras que lutam por reconhecimento, por respeito e por igualdade na esfera pública.

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Esse modelo de representação política que só dá voz a uma minoria deve ser repensado urgentemente. As mulheres devem preencher cada vez mais os espaços de poder. Precisamos dar voz às milhões de Marielles de nosso país.

Entender como o silêncio sobre gênero, raça e classe está diretamente ligado à manutenção das desigualdades no campo político pode ser um passo fundamental para mudarmos essa realidade. Chegou a hora de negar a "política" de exclusão existente no Brasil. Por mais mulheres na política!

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