Educação e desigualdade

Para podermos entender essa dualidade no Brasil, temos que retornar ao período da colonização, pois é a partir daí que as variáveis de geração de desigualdades se iniciam, dentre elas a exploração de mão-de-obra escrava primeiro indígena, depois africana

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Para podermos entender essa dualidade no Brasil, temos que retornar ao período da colonização, pois é a partir daí que as variáveis de geração de desigualdades se iniciam, dentre elas a exploração de mão-de-obra escrava primeiro indígena, depois africana, sem contar os trabalhadores livres que renderam lucros exorbitantes para uma camada pequena da sociedade colonial da época e que perdura até os dias de hoje configurada na elite dominante do país.

Os mais ricos detêm cerca de 28% da renda, sendo que essa parcela da população brasileira atual não passa de 1%. O trabalho realizado no passado por essa camada pobre da população gerou riquezas e aumento da renda dessa minoria, mas também outros fatores foram importantes para o incremento deste aumento, sonegação, e ou mesmo elaboração de leis que se não beneficiavam, protegiam aqueles que detinham essa renda, as câmaras municipais da época já legislavam nesse sentido de proteger as rendas e os ganhos da elite açucareira.

Os colégios Jesuítas eram frequentados pelos filhos dos colonos, tendo uma parcela mínima de indígenas e de órfãos em seus bancos, empregavam o padrão Europeu de educação com formação humanística que abrangia gramática, estudos de ciência e aula de comportamento social dentre outras.

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Porém, a educação da maioria indígena era realizada nas missões, com o objetivo de realizar sua catequese, ou seja torna-los dóceis para que a elite colonial pudessem utilizá-los como trabalhadores propensos a não questionar os motivos de sua exploração, já que muitos não aceitavam sua escravização de imediato, era uma educação sucateada em relação aos colégios para filhos de colonos, onde se procurava um controle desse através dos estudos de várias línguas nativas, elaboração de dicionários e gramáticas nos idiomas desses povos. A educação nesse sentido estava mais preocupada em conhecer o "inimigo", controlá-lo através de práticas educativas, e facilitar a reunião de vários povos diferentes com o mesmo objetivo das elites açucareiras para o bom andamento da produção, portanto da realização de lucros e de aumento de suas rendas.

Aqui temos o primeiro processo de desigualdade educacional no Brasil, com a separação daquela parcela que acessavam a educação para a manutenção da cultura, do modo de vida e da riqueza da elite colonial brasileira. Essa separação deixava os explorados sem acesso ao conhecimento universal capaz de produzir uma mudança significativa na vida de nossos indígenas, objetivo primordial da educação e de seus processos pedagógicos de realização.

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Mais tarde, após a independência do país, uma constituição foi promulgada garantindo os direitos das elites a seus bens conquistados durante o período da colonização, mas os indígenas continuavam sem direito algum, os escravos libertos nascidos no Brasil eram considerados cidadãos porém com direitos restritivos incluindo aí o direito a educação básica, José Bonifácio até que tentou incluir os indígenas através da educação, o projeto elaborado por ele foi aprovado, mas excluído da constituição de 1824. Como se vê, a questão da desigualdade continuava no Brasil independente, negando a cidadania a uns e restringindo direitos a outros.

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