Porque um Coiso venceu as eleições?

Lanço aqui outro desafio; o de se captar as verbas públicas da prefeitura para abrir meios de comunicação progressistas. Dessa forma, a mídia deverá ser livre do jugo patronal e do seu dinheiro o que a torna presa às elites e à direita ou à extrema direita. Para concluir proponho criação de mídias de esquerda em oposição a PIG

Porque um Coiso venceu as eleições?
Porque um Coiso venceu as eleições? (Foto: Fabio Pozzebom - ABR)


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Porque o Coiso venceu essas eleições? Um dos fatores foi o enorme impulsionamento alavancado pelas mídias conservadoras locais, a PIG, Partido da Imprensa Golpista, que em cada município tem um pequeno jornal bombardeando informações úteis a um tipo de política reacionária, a favor dos patrões e desinformando os trabalhadores e pessoas comuns em geral. Vou abordar aqui apenas esse fator, sabemos que existe mais, como, por exemplo, o grande apoio recebido por religiosos extremistas e antissociais que devotaram fé em “deus acima de todos” concordando com a tortura dos seus semelhantes, ódio ao diferente e extermínio “dos petralhas” como o coiso falou e seu fã clube concorda.

Essa enorme rede de comunicação localizada nos municípios agem capilarmente no cotidiano dos eleitores formando, gestando um tipo de visão de mundo alienante, subserviente aos interesses do mercado. Em geral essa mídia/imprensa chamada nanica cumpre função meramente burocrática, reproduz fofocas, fatos e fotos de um tipo de elite local e suas ações entre amigos. Tem um gostinho especial para o pitoresco do cotidiano pobre; sim, quando trás o pobre para suas páginas este nos vem B.O que o editorial chafurda nas delegacias ávidos pelo crime ali ocorrido. Gostam também de estampar crianças e adolescentes pobres algemadas, em geral em situação deplorável de vida. Esmiúçam também o cotidiano das famílias pobres desajustadas; expondo para deleite e prazer da elite suas contendas, pequenas brigas, embriaguez, pequenos furtos, acidentes, enfim, cumpre um papel de cronista das vidas menos favorecidas, transforma tais vidas privadas em negócio público. É óbvio que da vida da elite nada se sabe. A vida dos ricos é secreta, silenciosa, sigilosa e estritamente privada. Poder-se-á dizer oculta das páginas dessas mídias de comunicação municipais. Jornal e rádio. 

Outra questão muito relevante nessas mídias municipais é que são financiadas, em parte, com verba pública, exatamente, o prefeito tem que dar grana para o editor para que este lhe seja gentil. Afinal, o prefeito não quer que os problemas de sua gestão sejam mostrados de forma grotesca, nem cômica no dia a dia desses jornais escrito ou falado, assim negociam um bom valor tido legalmente como "verba de imprensa". Em geral, tais mídias locais se dizem imparciais. Porém, num primeiro teste de fidelidade eles caem na armadilha deles próprios. Basta enviar um texto contestador dos valores reacionários que o autor é polidamente convidado a se retirar das páginas. Indo além, desafio qualquer um a fazer uma pesquisa nas bases de dados de tais mídias locais para um levantamento quantitativo das matérias e propagandas conservadoras em contraponto de matérias progressistas e textos que elucidem os trabalhadores sobre seus direitos. Ou envie um artigo que vá contra os ilustres políticos locais e suas ações contra os direitos dos munícipes. Faça essa experiência e saberá com quem está lidando.  Aqui falo por experiência própria, recentemente fui censurado e convidado a me retirar de um jornal local porque escrevi um texto explicando que o coiso é nazista e os fãs dele não gostou, o artigo chegou a ter 400 “comentários”, digo, xingamentos raivosos atacando o autor em sua moral e subjetividade, mas também ameaças de morte, em que tive que fazer um B.O contra o violento.

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Feitas essas considerações iniciais. Passo em seguida a argumentar que se faz urgente que pessoas ligadas ao campo político progressista, crítico e pensante da vida em comunidade, e que agem em prol das classes oprimidas ou dos sem direitos se aproprie desse debate público criando imprensas locais, no município. Só assim, teremos autores, debates, ideias e ideais divergentes da opinião do senso comum propalada pela mídia tradicional, PIG. 

É o momento de se partidarizar a mídia, chega dessa fake news de dizer que é imparcial. Não existe e nem deve existir mídia imparcial. O que elas têm que fazer é ser honesta em relação ao seu viés ideológico e ao seu público. Deixar claro para quem ela trabalha e para quem ela serve e é subserviente. Ao patrão ou ao trabalhador, à direita (extrema-direita) ou à esquerda, ao reacionário, ou ao progressista.

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O que não dá é fingir que faz jornalismo imparcial. Ou alguém tem alguma dúvida do viés ideológico partidário da Revista Veja, das organizações Globo, Folha de S. Paulo e Estadão? Óbvio que são de direita e escrevem para o público reacionário. Ninguém de esquerda ou do campo progressista lê essas coisas. 

Por outro turno, temos uma mídia muito boa para os trabalhadores se esclarecerem sobre a situação política, mas, sobretudo saber de verdade o que a classe política eleita pelos patrões está tirando dos seus direitos. Cito algumas e recomendo aos trabalhadores e amigos progressistas; Tv 247, Mídia Ninja, Blog da Cidadania, Revista Fórum, DCM - Diário do Centro do Mundo, Tijolaço, Jornal GGN, Brasil de Fato, Conversa Afiada, Carta Capital, Jornalistas Livres, El País, Le Monde Diplomatic Brasil, todos esses de viés progressistas e por isso boicotado com verbas públicas pelo Temer e anunciados como censurados pelo novo governo coiso.

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É na mídia de esquerda que os trabalhadores são informados das artimanhas políticas usadas pela burguesia para lhes oprimir. É óbvio que um jornal que se diz imparcial, não o é. Não existe mídia imparcial. Ela cumpre uma função política, mas, sobretudo ideológica; ou esclarece ou aliena. 

Por fim, é preciso que os movimentos populares, políticos, classistas, de gênero, Coletivos, conquistem espaços nas mídias locais. Faz-se imprescindível que se criem blocos de resistência nas páginas midiáticas locais, em cada município que se criem jornais e outras mídias de combate e esclarecimento das pessoas. É urgente dar voz a autores excluídos, poetas marginais, cartunistas, cronistas, rappers, cordéis, professores, operários, filósofos, geógrafos, sociólogos, historiadores e demais povo calado pela mídia conservadora. É preciso abrir canais de diálogo entre pessoas que pensam iguais numa comunidade, nas pequenas cidades. As vozes dissonantes não podem e não querem mais ser sufocadas. Chegou a hora de contrapor vozes religiosas fundamentalistas, conservadoras, reacionárias, opressoras, mas, sobretudo chegou o momento de combater as malditas fake news produzidas e espalhadas a peso de ouro com o dinheiro apropriado do trabalhador que ao votar nos candidatos da fake news perdem direitos trabalhistas, sociais e humanos. 

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Enfim, lanço aqui outro desafio; o de se captar as verbas públicas da prefeitura para abrir meios de comunicação progressistas. Bem como fazer parcerias com empresas, profissionais liberais do campo progressista, mas, sobretudo angariar recursos entre a própria comunidade participante da rede de mídia, como doações livres e associações ao canal. Dessa forma, a mídia deverá ser livre do jugo patronal e do seu dinheiro o que a torna presa às elites e à direita ou à extrema direita. Para concluir proponho criação de mídias de esquerda em oposição a PIG.

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