Eleição no senado: o mundo desencantado da política nacional

O fiscal da votação escolhido foi um senador condenado por crime financeiro e que comparece à sessão acompanhado de sua luxuosa tornozeleira, um presente nababesco concedido pela (in)justiça brasileira. Realmente minhas/meus amigas/os, o Brasil não é para amadores e precisa com urgência ser estudado



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Há no país um dito popular bastante conhecido quando se quer ironizar situações em que alguém, acusado de um delito qualquer, é posto em uma função cujo objetivo é exatamente a razão de sua acusação.

Eis a pérola: "deu a chave do galinheiro para a raposa tomar conta". Mas há outros com sentido igual ou muito parecido: "O sujo falando do mal lavado", "Limpando o chão com bosta" e por aí vai. A sabedoria popular nos traz importantes lições em muitos aspectos da vida. Nossa infelicidade, porém, é que apesar da sabedoria ser popular, a população não tem sido nada sábia.

A prova disso, por exemplo, foram as últimas eleições gerais, no geral, e a eleição para presidente do nosso glorioso senado da república federativa do Brasil no específico. Não precisamos de muito esforço para analisar o ocorrido entre nesses dois primeiros dias de funcionamento do senado. Um dos pontos principais do debate e das acaloradas disputas foi em torno do método de votação, se seria através do voto aberto, público, ou secreto.

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Não cabe aqui tecer críticas ao poder judiciário, que interferiu no processo causando alvoroço na nossa magnânima casa revisora de leis. Todos os trabalhos do primeiro dia foram anulados por um canetaço do STF (com tudo) e com isso a celeuma foi adiada para o dia dois.

Um outro ponto bem presente nos bate-bocas que ocorreram durante todo o dia apontava para a necessidade de renovação da casa e esse assunto deu muito pano pra manga. Nesse item específico, diante de um apelo eleitoral visível e até mesmo compreensível num período pós urnas, vários candidatos foram desistindo das suas candidaturas.

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A tão desejada renovação do senado veio na forma de senadores de primeiro mandato, marinheiros de primeira viagem, não aconteceu na prática, já que a maioria dos ilustres edis carregam bandeiras apodrecidas e emboloradas ainda do início século passado, quando reinava absoluto o coronelismo no Brasil. As mesmas bandeiras da elite colonialista e conservadora tão presente nesses tempos de bolsonarismo.

Mas depois de idas e vindas, finalmente chegaram à votação, tão esperada e debatida pelos mais jovens, já inquietos, ansiosos para conhecerem a night brasiliense. Nesse momento dos trabalhos acontece algo que é impossível não destacar, até por que foi o que inspirou esse texto.

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O senado federal é composto por 81 senadores, mas na urna, na hora do escrutínio, haviam 82 cédulas de voto, num claro passe de mágica copperfieldiano. Deveríamos aplaudir o espetáculo ou chorar diante da magnitude da tragédia em que nós, povo brasileiro, nos enfiamos? Alguém acredita que vai aparecer o dono da cédula excedente?

Não vou concluir sem voltar aos parágrafos iniciais do texto. Houve uma segunda votação, precedida de muitos discursos, caras, bocas, mímicas, gestos e etc. O ápice do segundo processo de votação é que chama a atenção para a capacidade do senado em humilhar o povo brasileiro e fazer o Brasil passar vergonha nacional e internacional.

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O fiscal da votação escolhido foi um senador condenado por crime financeiro e que comparece à sessão acompanhado de sua luxuosa tornozeleira, um presente nababesco concedido pela (in)justiça brasileira.

Realmente minhas/meus amigas/os, o Brasil não é para amadores e precisa com urgência ser estudado.

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