Venezuela, o novo vexame do governo Bolsonaro

"Além de não ter dado em absolutamente nada, em termos práticos, o papel do Brasil na tentativa de intervenção americana na Venezuela está sendo um fiasco do ponto de vista político. A participação desnecessária e sem sentido, além de subserviente, expõe, mais uma vez, o Brasil a um vexame planetário", diz Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia; "Ao Brasil restou fazer uma encenação midiática, com o esforçado porta-voz de Bolsonaro lendo em seu smartphone que o 'Brasil cumpriu a sua parte' e 'cruzou a fronteira com seus caminhões'", afirma; "Estamos, de novo, na mira do mundo. Servindo ao império. De bobos da corte"

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Por Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia

Além de não ter dado em absolutamente nada, em termos práticos, o papel do Brasil na tentativa de intervenção americana na Venezuela está sendo um fiasco do ponto de vista político. A participação desnecessária e sem sentido, além de subserviente, expõe, mais uma vez, o Brasil a um vexame planetário.

O mundo inteiro está nos vendo como um país ajoelhado e nu diante dos Estados Unidos, único interessado nessa patifaria que se comete contra um país que elegeu o seu governo de forma legítima. Um país cujo pecado é ser potencialmente rico em razão de suas reservas milionárias de petróleo, alvo único da ira de Donald Trump e seus miquinhos amestrados brasileiros e colombianos.

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É inacreditável estar na cabeça de alguém que a tal “ajuda humanitária” iria adentrar o território da Venezuela, assim, de chofre, com uma multidão de venezuelanos emocionados aplaudindo, jogando flores brancas nos caminhões e gritando “Deus salve a América”. Talvez um delírio dessa monta existisse na cabeça do brinquedinho de Trump, que atende pelo vulgo de Juan Gaidó.

Por esse “líder” da oposição e autoproclamado “presidente” da Venezuela – uma mistura estranha e mais perigosa de Jair Bolsonaro com João Dória -, o seu país, hoje, já estaria incorporado aos Estados Unidos da América do Sul, o continente dos sonhos de vários presidentes sul-americanos, a começar pelo nosso.

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Quem sabe um esboço desse novo continente já saia do tal “Grupo de Lima”, que se reúne nesta segunda-feira, em Bogotá? O Brasil, digo, o governo Bolsonaro está representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pelo mais significativo dos seus ministros para o setor, o “chanceler” (com bastante aspas) Ernesto Araújo. O vice americano Mike Pence estará lá para coordenar os trabalhos e conferir o desempenho de seus “hermanos”, a começar pelo próprio Guaidó que, claro, está por lá.

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A tentativa da “ajuda humanitária’ do igualmente humanitário Donald Trump, com ajuda dos seus amigos brasileiros e colombianos, esbarrou do óbvio, no esperado. Os caminhões não entraram na Venezuela e não vão entrar se depender do governo venezuelano. Por uma razão simples. A Venezuela não permitirá a concretização dessa farsa. Os “cavalos de Troia” serão barrados pelas forças armadas de Maduro que pode ser tudo, menos idiota para cair numa cascata dessa. Se quisessem, realmente, mandar ajuda para a Venezuela, EUA, Colômbia e Brasil teriam recorrido à medicação da ONU

Ao Brasil restou fazer uma encenação midiática, com o esforçado porta-voz de Bolsonaro lendo em seu smartphone que o “Brasil cumpriu a sua parte” e "cruzou a fronteira com seus caminhões”. Bobagem. Os veículos ficaram parados na aduana da Venezuela e de lá só devem sair para tomar o caminho de volta.

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Jair Bolsonaro, ao que parece, está com seu staff dividido em relação ao problema que ele criou ao querer ser o mais servil possível aos EUA. A ala mais irracional range os dentes e grita “War! War! War!”. É a que abriga figuras do naipe do filho do meio de Bolsonaro, aquele que adora posar com boné de Trump e que manda (ou tem certeza disso) na política externa brasileira. E o ministro de Relações Exteriores que a seguir o que manda a diplomacia prefere ouvir as pregações que expele o guru Olavo de Carvalho.

Estamos, de novo, na mira do mundo. Servindo ao império. De bobos da corte.

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