Ciro Gomes é o candidato solto mais forte

O colunista Gustavo Conde analisa a entrevista concedida por Ciro Gomes ao Grupo Folha; Conde entende que Ciro está sendo muito inteligente, mas que ao mesmo tempo, corre riscos, riscos que só um político experiente tem a capacidade e a frieza de correr; para Conde, Ciro é o único candidato solto que tem algo a dizer e que assusta ambos os lados do espectro político

30/03/2016 - PORTO ALEGRE, RS, BRASIL - entrevista com Ciro Gomes. Foto: Guilherme Santos/Sul21
30/03/2016 - PORTO ALEGRE, RS, BRASIL - entrevista com Ciro Gomes. Foto: Guilherme Santos/Sul21 (Foto: Gustavo Conde)


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Ciro conseguiu o que queria. Os jornalistas da Folha de S. Paulo que acabam de entrevistá-lo, ouviram sua fala com afetuosa atenção e docilidade. Admito: ele é meio gênio (só meio; pra gênio inteiro ainda tem chão). 

O que ele fez? Provocou o PT e ganhou o respeito da imprensa golpista. É exatamente por isso que ele se queimou na mesma proporção nas mídias sociais: há, nesse momento, uma incompatibilidade conceitual e ‘cognitiva’ entre os dois modais de informação. 

Ciro se fortalece dia após dia. É o único candidato solto que tem alguma coisa a dizer do alto da experiência de ter ocupado vários cargos e posições nos dois últimos governos democráticos eleitos: participou do embrião do governo FHC (ministro da fazenda de Itamar Franco) e dos governos Lula e Dilma (linha secundária, ainda que tenha defendido Dilma com unhas e dentes). 

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Ciro marcou posição e chegou aonde queria na pré-campanha: tem um fiapo de simpatia da mídia, que não conseguiu encontrar até agora um candidato competitivo. É cada vez mais factível a hipótese de o golpe jogar a toalha e deitar no colo de Ciro, via Rede Globo – e um vice apetitoso para o mercado.

Ciro é bem inteligente. E teve frieza para construir esse cenário – porque foi e está sendo bastante desconstruído pelos segmentos progressistas feridos de morte pelo golpe. 

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A questão ‘Ciro’ se coloca de maneira insinuante: não é aderir ou não aderir, é ‘ler’. Ciro tem um jeitão de ‘infiltrado’, um infiltrado que pode vir a dar um drible da vaca no consórcio que lhe abana o rabinho neste momento. 

Ele pode lograr êxito eleitoral e ato contínuo, impulsivo como é, dar uma banana ao mercado. Seria algo interessante de se ver.

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A despeito das paixões já apodrecidas da nossa cena eleitoral degradada e truncada, Ciro é elemento-chave neste momento da história do país. É o agente político que fará a diferença, seja no ritmo miudinho do paz e amor, seja na melodia operística dos arroubos insanos. 

A diferença fundamental que coloca Ciro no protagonismo dos candidatos soltos, é sua inteligência e sua maneira de fazer política à moda antiga. O Brasil ainda é um país muito atrasado no debate público e de bastidor eleitoral e quem fala essa língua do atraso tem mais proficiência política.

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Mais que torcer o nariz e mais que abanar o rabo, observar os movimentos de Ciro Gomes é exercício obrigatório para quem quiser elaborar ao menos um prognóstico nessa eleição de 2018.

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