Com ou sem locaute, os caminhoneiros fizeram história, mas o momento é para recuar
O prudente para os motoristas, assim como sindicalistas fazem, é realizar o seu recuo estratégico. Não vale a pena o derramamento de sangue inocente sem que haja uma perspectiva mais clara de vitória. A força deles, com ou sem lobby dos patrões, está mais do que provada
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Em quatro dias, uma paralisação de caminhoneiros deixou um país desabastecido em combustível, carente de serviços essenciais e com um presidente ilegítimo de joelhos. Existe sim uma controvérsia neste fato. A mobilização não foi conduzida por sindicatos ou por organizações dos próprios motoristas. Segundo a maioria das apurações de mídia, quem deu o pontapé inicial foram associações e cooperativas patronais, ligadas às transportadoras.
Não é, portanto, greve, mas sim um locaute.
Por isso mesmo, é histórico o barulho que os motoristas de caminhão fizeram em poucos dias, exigindo que o governo Michel Temer e a Petrobras retomassem o controle de preços. A lógica neoliberal e totalmente pró-mercado ficou de joelhos.
Temer, no entanto, fez a sua jogada arriscada: chamou um pronunciamento na TV e convocou a Polícia Federal e as Forças Armadas. Recorreu aos meios jurídicos para deslegitimar o movimento de rua que permaneceu mesmo após a manobra de desonerar o Cide do diesel e aplicar impostos em outros setores.
O prudente para os motoristas, assim como sindicalistas fazem, é realizar o seu recuo estratégico. Não vale a pena o derramamento de sangue inocente sem que haja uma perspectiva mais clara de vitória. A força deles, com ou sem lobby dos patrões, está mais do que provada.
A economia do Brasil, embora tenha uma promessa de expansão do PIB em 2,5%, encontra-se em frangalhos para a classe média e os pobres. A perspectiva é que a situação não mude, especialmente com os anseios do andar de cima em permanecer com seus privilégios.
Mas o poder popular está comprovado.
E não há golpista como Temer que possa impedir isso.
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