O País quer segundo turno?

"Num clima como este, alguém está disposto a esperar alguma coisa? Se o objetivo é aniquilar o inimigo - e penso que posso fazê-lo imediatamente - faz sentido esperar e apostar num segundo turno de desfecho imprevisível?", questiona o colunista Ricardo Cappelli; "Apesar do segundo turno ainda ser o mais provável, não será surpresa se a eleição nacional acabar no dia 7 de outubro com uma vitória de Haddad ou Bolsonaro. Com o inimigo a ser subjugado definido, mais debates são desnecessários", afirma; "Apertem os cintos. Tudo indica que a corrida vai acelerar"

O País quer segundo turno?
O País quer segundo turno? (Foto: Esq.: Stuckert / Dir.: Fabio Pozzebom - ABR)


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“Os Direitistas denominaram o voto no Bolsonaro de “voto inseticida”. Nós podemos pregar o “voto exorciza” e acabar com o Capeta Nazista.”

A frase acima, publicada em minha página no facebook por um leitor, sintetiza o clima de guerra no país. Ninguém parece disposto a ceder. Qualquer apelo à razão parece inútil. Mediação e bom senso viraram verdadeiros palavrões.

Num clima como este, alguém está disposto a esperar alguma coisa? Se o objetivo é aniquilar o inimigo - e penso que posso fazê-lo imediatamente - faz sentido esperar e apostar num segundo turno de desfecho imprevisível?

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A boca do jacaré está abrindo. Duplamente. As pesquisas indicam que Haddad e Bolsonaro estão subindo, enquanto os demais estão descendo. Parece que estamos vivenciando a profecia de que o centro virou pó.

Quem tentou posar de moderado naufragou. Alckmin está com sua extrema unção encomendada. Ciro tem uma semana para apresentar algum tipo de reação. O improvável apoio de Marina poderia criar um fato positivo.

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A candidata da Rede assiste passivamente seus votos desaparecerem seu qualquer influência sua. Se continuar no ritmo atual deve “pontuar negativamente” nas próximas pesquisas.

Se o trabalhista não reagir será tragado pela mandíbula de Haddad. O ex-prefeito de São Paulo está longe de ser um radical. É o mais moderado dos petistas, qualificado, sóbrio, uma tentativa inteligente de Lula de ampliar na sociedade mantendo um nome do PT.

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Entretanto, por mais esforço que faça, Haddad continua sendo um “Petralha”. E a sociedade parece querer continuar na sua aposta de que só um ajuste de contas radical é capaz de recuperar o Brasil.

Neste clima, Bolsonaro e Haddad viraram uma espécie de irmãos siameses. A subida de um empurra o outro. Se o cenário mais provável se confirmar e o centro desaparecer de vez, os dois devem continuar subindo.

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O primeiro objetivo na guerra é ganhá-la, obviamente. Se for impossível este objetivo com seu próprio exército, o objetivo passa a ser ajudar a derrotar seu inimigo principal. Se Amoedo não tem chance nenhuma e o PT está crescendo, por que não votar logo em Bolsonaro?

O mesmo vale para os eleitores progressistas que, temendo uma vitória de Bolsonaro no primeiro turno, podem antecipar para o primeiro round o voto útil em Haddad.

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Alguns analistas, descolados da política real, os mesmos que passaram meses profetizando que seria mais do mesmo, PT x PSDB, agora decretam que esta leitura é de uma minoria, que o povo jamais fará este movimento. Será?

Subestimam a sabedoria popular e a impaciência com a política disseminada de forma irresponsável pela grande mídia. “Eu estou desempregado, a política virou coisa de bandido, pra que sair de casa duas vezes para votar? Se posso dar um soco no estômago do sistema de uma vez e esmagar o mal, não faz sentido esperar.”

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Você pode ser vascaíno ou botafoguense, mas é impossível entrar no Maracanã lotado num Fla-Flu numa final de campeonato e não assumir a torcida por um dos lados. O estádio está enchendo, a temperatura está subindo.

Apesar do segundo turno ainda ser o mais provável, não será surpresa se a eleição nacional acabar no dia 7 de outubro com uma vitória de Haddad ou Bolsonaro. Com o inimigo a ser subjugado definido, mais debates são desnecessários.

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Apertem os cintos. Tudo indica que a corrida vai acelerar.

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