Vazamentos que fazem bem

Colunista Ricardo Melo, do Jornalistas pela Democracia, diz que assiste "com satisfação a briga da mídia gorda desde primeiro de janeiro"; "A vida ensina que não basta a unidade 'dos de baixo' para se livrar de um governo avesso aos interesses do povo. É preciso que os 'de cima' também se dividam, criando brechas para estimular a mobilização da maioria", diz ele, sobre as bombas divulgadas pela Globo contra a família Bolsonaro; ele também explica a diferença entre os vazamentos de Moro contra Dilma e Lula e os de agora, seja por ele ou não

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Por Ricardo Melo, para o Jornalistas pela Democracia - É difícil explicar, na condição de jornalista, como é reconfortante não ter compromissos pessoais, políticos ou profissionais com Lula, Dilma, Bolsonaro, Ciro Gomes, Edir Macedo, Silvio Santos, famílias Marinho, Frias, Mesquita. Mesmo que isto custe sacrifícios individuais, financeiros e familiares.

A compensação é estar em paz com certos princípios: democracia; eleições livres; soberania nacional; justiça social; liberdade irrestrita de imprensa, expressão e manifestação; respeito à diversidade. E lealdade aos que, mesmo nos momentos de intempéries, colocaram esses objetivos acima de sinecuras "atraentes" e sacrifícios individuais.

Poucas vezes a oposição verdadeiramente progressista teve tantas oportunidades como agora para se recuperar com rapidez de uma derrota fraudulenta, mas uma derrota. Nem tanto pela lucidez dos vencidos, muitas vezes desorientados, mas pelas divisões e trombadas dos "vencedores". Está mais do que evidente que o governo de plantão, montado às pressas e sem nenhum outro interesse senão o de rifar o Brasil, trata-se de um balaio de ratazanas infames em que cada um dos componentes trata de defender sua "caixinha" no desmonte do país.

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Assisto com satisfação a briga da mídia gorda desde primeiro de janeiro. A vida ensina que não basta a unidade "dos de baixo" para se livrar de um governo avesso aos interesses do povo. É preciso que os "de cima" também se dividam, criando brechas para estimular a mobilização da maioria.

Se o Sérgio criminoso Moro é quem está vazando a roubalheira da famiglia Bolsonaro, não é o mais importante. Existe uma diferença fundamental entre antes e agora. Quando o criminoso Moro vazava depoimentos editados e selecionados de conversas contra Lula, Dilma e o PT, o mundo jurídico internacional identificou sem dificuldade uma tentativa de aniquilar a oposição. Nada naqueles grampos indicava qualquer ilegalidade das vítimas, a não ser a do culpado pelo vazamento.

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Agora, não. Que venham mais vazamentos iguais aos que já têm vindo a público. Qual a diferença entre uma situação e outra? No caso Queiróz, tudo está documentado, registrado, contabilizado, fotografado. A famiglia Bolsonaro aparece como uma quadrilha que há anos se alimenta de dinheiro público. Ironicamente, se Moro é mesmo o responsável pelas inconfidências, está prestando inadvertidamente um serviço ao Brasil depois de trabalhar incessantemente para destruir o país.

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Por trás desta briga, está a disputa pelas verbas milionárias de comunicação. A Record e o SBT veem em Bolsonaro a chance de fulminar a Globo. Nada de preocupação com o país. O Interesse de Edir Macedo e Silvio Santos, cujas biografias tortas são notórias, é engordar suas finanças como sempre fizeram com todos os governos.

Macedo é um mercador de almas, um pilantra que vive da boa fé de desesperados para enriquecer e contratar jornalistas a peso de ouro em troca de silêncio. Silvio Santos cresceu na roda da fortuna trapaceando sócios e se ajoelhando diante de ditadores. Os Saad herdaram as artimanhas do patrono Adhemar de Barros, aquele do "que rouba, mas faz". Já os Frias sempre estiveram atentos à direção dos ventos, para o bem, ou para o mal. Quanto ao Marinhos e Civitas, a história é suficientemente conhecida.

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Ver a Globo lutando para manter seus privilégios desnudando as roubalheiras dos Bolsonaro, num momento em que suas receitas despencam e nem sequer pagam seus custos operacionais –vivem de juros do mercado financeiro--, é estimulante. Não por que os Marinho tenham se convertido à verdade. Mas porque esta briga entre abutres escancara a podridão estampada na famiglia Bolsonaro da qual o Brasil precisa se livrar o quanto antes.

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