Onde estão os revolucionários das orlas?

"Ano passado, milhares de brasileiros e brasileiras foram às ruas exigir mudanças no País. Uma das bandeiras defendidas era a da ética. Verdadeiros revolucionários das orlas. Das orlas de Copacabana, Boa Viagem, Ipanema, Farol da Barra, Iracema, e também da avenida mais rica e mais influente do Brasil, a Avenida Paulista, a nossa Wall Street. Faltava cheiro de povo naquelas manifestações", lembra o deputado Silvio Costa, vice-líder da Oposição na Câmara; "Cadê os manifestantes que bradavam, em alto e bom som, que os parlamentares contrários ao impeachment estavam defendendo a corrupção? Onde estão as crises histéricas de alguns juristas pedindo o fim da corrupção?", questiona o parlamentar

Rio de Janeiro - Manifestantes fazem ato a favor do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, contra a corrupção e em apoio à operação Lava Jato, na praia de Copacabana (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - Manifestantes fazem ato a favor do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, contra a corrupção e em apoio à operação Lava Jato, na praia de Copacabana (Tânia Rêgo/Agência Brasil) (Foto: Silvio Costa)


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Ano passado, milhares de brasileiros e brasileiras foram às ruas exigir mudanças no País. Uma das bandeiras defendidas era a da ética. Verdadeiros revolucionários das orlas. Das orlas de Copacabana, Boa Viagem, Ipanema, Farol da Barra, Iracema, e também da avenida mais rica e mais influente do Brasil, a Avenida Paulista, a nossa Wall Street. Faltava cheiro de povo naquelas manifestações.

Hoje, reafirmo as minhas convicções sobre aquela época: a maioria das pessoas que frequentava aqueles movimentos tinha como único objetivo a derrubada do governo de uma mulher digna e honrada, e que tinha sido eleita por 54 milhões de votos. Aqueles manifestantes conseguiram colocar no poder um grupo de profissionais da política, muitos citados várias vezes por delatores na Operação Lava Jato.

Após a consolidação do impeachment, apareceram diversas gravações de expoentes do governo Michel Temer, numa articulação para encerrar a Operação Lava Jato. Aqueles manifestantes conseguiram colocar no poder um presidente que, em menos de um ano, teve de demitir seis ministros, quase todos denunciados por corrupção.

Eles conseguiram colocar na Presidência da República um político que se aposentou aos 55 anos e ganha R$ 30 mil reais por mês, e que apresenta uma reforma da Previdência exigindo que o trabalhador contribua por 49 anos para poder se aposentar.

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Eles conseguiram mais. Conseguiram formar um ministério que nunca, na história deste País, teve tanto ministro com acusações tão graves. Não sei qual era a ética que a maioria dos manifestantes defendia. Hoje, é ultrajante o comportamento da maioria daqueles que foram às ruas derrubar a presidente Dilma.

Cadê o Pato da Fiesp, que pagou propaganda em todos os jornais do Brasil para intimidar os parlamentares que eram contra o impeachment? Quem pagou aquela propaganda? O Pato ficou afônico e, o que é pior, o seu idealizador foi citado por delatores na Lava Jato.

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Cadê os manifestantes que bradavam, em alto e bom som, que os parlamentares contrários ao impeachment estavam defendendo a corrupção? Onde estão as crises histéricas de alguns juristas pedindo o fim da corrupção?

Como parlamentar que foi contra o impeachment, que defendeu a democracia, que defendeu o voto soberano do povo brasileiro, pergunto: era este governo que a maioria dos manifestantes queria para o Brasil? Era a ética deste governo que a maioria das orlas queria para o nosso País?

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