Pesquisa mostra que 45% dos caminhoneiros souberam da greve por WhatsApp

As entrevistas foram realizadas em 29 de maio e têm por objetivo captar o humor dos caminhoneiros naquele momento.

Pesquisa mostra que 45% dos caminhoneiros souberam da greve por WhatsApp
Pesquisa mostra que 45% dos caminhoneiros souberam da greve por WhatsApp (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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Do Diário do Centro do Mundo (DCM).

A Ipsos e o Truckpad, o primeiro aplicativo de cargas para caminhoneiros do Brasil, realizaram em parceria uma pesquisa online com caminhoneiros usuários da plataforma. As entrevistas foram realizadas em 29 de maio e têm por objetivo captar o humor dos caminhoneiros neste momento.

A PARALISAÇÃO

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Uma primeira informação que o levantamento traz é a confirmação da influência da Internet na formação da paralisação. Dos cerca de 1,3 mil caminhoneiros participantes, 45% tomaram conhecimento do movimento pelo WhatsApp e 9% via Facebook, ou seja, as redes sociais foram o meio de disseminação da paralisação para mais da metade dos caminhoneiros.

Cabe notar, ainda, que apenas 1% foram convocados por sindicato ou associações, mostrando que realmente trata-se de um movimento iniciado pela coletividade dos motoristas, não tendo partido de nenhuma organização central. A grande maioria (82%) informou não fazer parte de nenhuma associação. Mesmo entre os que possuem alguma filiação, nenhuma surgiu com maior destaque, sendo Sindcam (1%) e Abcam (1%) as mais citadas.

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A SITUAÇÃO ATUAL

Apenas 3% dos caminhoneiros estavam rodando normalmente no momento da entrevista. A maior parte estava em casa, e apenas 24% em manifestação, nas estradas. Portanto, ainda que tenham reduzido os bloqueios nas estradas, boa parte dos motoristas ainda não retornaram ao trabalho.

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PERSPECTIVA

A depender da disposição dos caminhoneiros, a discussão ainda está longe de terminar. Do total, 65% informaram estarem dispostos a continuar parados até alcançar as reivindicações. Este percentual poderia indicar que os compromissos assumidos pelo governo ainda não foram totalmente disseminados entre a categoria. Porém, quando perguntados sobre o que falta para acabarem com a paralisação, as principais respostas são “Redução maior ainda no preço do diesel”, e “Garantias de que o preço será controlado no longo prazo”, evidenciando uma falta de confiança nos compromissos assumidos.

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Os caminhoneiros também foram questionados sobre quanto tempo imaginam que a paralização irá continuar – a depender da disposição deles e a união da categoria. A maioria, 51%, disse que a categoria continuará parada o tempo que for preciso, até que suas reivindicações sejam atendidas.

Em resumo, as principais reinvindicações estão diretamente relacionadas com a atividade do caminhoneiro e sua viabilidade econômica, não há um movimento sindical forte, e a internet desempenhou um papel fundamental na mobilização de uma categoria, que perdurará pelo tempo que julgarem necessário.

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Mas há também uma parcela importante de manifestantes que apontam uma motivação mais ampla, atingindo o espectro político e democrata. O pedido de renúncia do presidente Michel Temer foi feito por 32% dos manifestantes, e 31% pedem intervenção militar no governo federal.

Lendo os comentários que acompanham os questionários, os respondentes puderam verbalizar livremente suas motivações, e algumas frases ilustram bem o humor do caminhoneiro em relação aos políticos: “Exclusão dos benefícios dos políticos”, “Que tenhamos um governo com mais transparência e menos corrupção para conquistarmos nossos objetivos”, “Os políticos que estão lá só sabem jogar todos os encargos em cima de nós, assim fica difícil de trabalhar, só pensam em roubar e veja aonde chegamos”.

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