Os 10 alérgenos mais comuns

Do ácaro ao amendoim, do pólen aos hymenopteras, eis os 10 alérgenos mais comuns. Identificá-los ajuda a evitar diversas doenças



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Por Martine Betti-Cusso

1. Os ácaros 

Sozinhos, os ácaros são responsáveis por 65 a 90 % das asmas em crianças, dependendo do país. Estes insetos minúsculos, invisíveis a olho nu, pertencentes à ordem dos aracnídeos, estão presentes aos milhões em nossas casas. Um grama de poeira pode conter de 2.000 a 10.000 ácaros.
Eles vivem de 2 a 3 meses, mas se reproduzem muito rapidamente em condições quentes (temperatura entre 20 e 30 °C) e de umidade favoráveis. Podemos fazer a distinção entre os ácaros de armazenamento (Tyroglyphidae) e os ácaros domésticos (Pyroglyphidae). Os primeiros são apreciadores de celeiros, sótãos e armazéns e afetam especialmente certas profissões tais como os trabalhadores agrícolas ou os padeiros. Quanto aos ácaros domésticos eles se escondem em camas, carpetes, tapetes, bichos de pelúcia e são responsáveis pela maior parte das rinites e asmas alérgicas da população. Muitas vezes, esta alergia é acompanhada por uma intolerância aos caracóis, camarões, crustáceos e baratas.

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2. Pólens

É uma das alergias mais comuns e mais fáceis de identificar. Ela se manifesta por crises de espirros, coceiras nasais, conjuntivite e problemas respiratórios. É a famosa rinite alérgica. Às vezes, a polinose resulta em asma e pode causar complicações tais como  sinusite inflamatória ou bronquite. A alergia afeta até 30 % da população adulta e 7 a 20% das crianças, cada região tendo seus respectivos pólens. Sendo assim, são constatadas diversas reações aos pólens de ciprestes no Sudeste da França, aos da bétula no Norte e no Leste, aos da ambrósia no vale do Rhône. Tradicionalmente, existem três estações de pólens. Os problemas  começam nos meses de fevereiro e março com o surgimento dos pólens de árvores - alnus e fraxinus, bétula e ciprestes nos meses de março e abril e continuam com os pólens das gramíneas e das herbáceas. O inimigo é imprevisível, a sua chegada como a sua concentração varia de ano para ano, dependendo do clima. Temperaturas amenas de inverno, chuvas abundantes e uma luz do sol mínima são condições favoráveis para uma boa produção de pólen. Os boletins divulgados pela Rede nacional de monitoramento aerobiológico (RNSA) permitem acompanhar sua evolução (www.pollens.fr). Queira anotar:: há cada vez mais alergias cruzadas em pessoas que sofrem com isso. Assim, as pessoas sensíveis aos pólens da bétula são também muitas vezes sensíveis às rosáceas (maçãs, pêssegos, cerejas, damascos…).

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3. Os alimentos

Todos os países industrializados estão passando por um forte crescimento em alergias alimentares. Na França, há uma frequência estimada de 4,7 % em crianças e de 3,2 % em adultos. Entre as mais comumente encontradas, a alergia ao leite de vaca (PLV, para proteína do leite de vaca) ataca muito cedo, com as primeiras mamadeiras e se manifesta com urticária, vômitos e problemas gastrointestinais. No entanto, em 80 a 90 % dos casos, esta sensibilidade desaparece antes dos 3 anos de idade, desde que evitem qualquer contato com o alérgeno. O que não é fácil, pois o leite de vaca está presente em queijos, iorgurtes, bolos e oculto em produtos dietéticos ou excipientes a base de lactose. Por outro lado, existem alergias cruzadas com outros leites e com a soja, o amendoim e o ovo. Este último está também entre os alimentos alérgenos alimentares principais, para crianças e adultos. As proteínas alergênicas estão mais na clara do ovo que na gema e na maioria das vezes, causam urticária ou eczema. Muitas vezes, a alergia ao ovo some por si só. O glúten também faz cada vez mais vítimas. A substância seria insuportável para 60 000 pessoas na França e avalia-se que há 240 000 indivíduos que desenvolvem intolerância, mas sem sintomas aparentes. Estes sintomas variam de acordo com os indivíduos, porém na maioria das vezes são digestivos: náuseas, dores abdominais, vômitos, com o risco de anafilaxia aguda incluindo asma, choque e morte súbita. Esta alergia é delibitante e especialmente persistente. É a mais comum após os 3 anos de idade. O amendoim, assim como 14 outros ingredientes (glúten, ovos, leite, peixe, mostarda, soja, gergelim, crustáceos, tremoço, aipo, nozes, sulfitos, moluscos) devem obrigatoriamente ser declarados em qualquer produto alimentar, mesmo sob a forma modificada. 

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4. Os animais de estimação

Os animais de estimação são depois dos pólens e dos ácaros, os grandes responsáveis por alergias respiratórias. Os alérgenos se espalham através dos pelos, da saliva, da transpiração, dos restos de pele. Os alérgenos do gato são especialmente poderosos e duradouros, pois o animal deixa restos vários meses após sua partida. Mas todos os pequenos animais da casa - hamsters, coelhos, roedores… - também podem ser a fonte de reações alérgicas, bem como animais de pecuária (bovinos) e de corrida (cavalos) na origem de alergias profissionais nos veterinários, criadores ou agricultores. Os sintomas são semelhantes aos da rinite, por vezes acompanhados de surtos de urticária aguda ou, mais raramente, de um edema de Quincke. A melhor prevenção ainda é evitar.

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5. Os medicamentos

Os antibióticos e principalmente a penicilina e seus derivados ou sulfonamidas, são as principais substâncias envolvidas em alergias a medicamentos. Mas os anti-inflamatórios não-esteróides, como o ibuprofeno, a aspirina, os produtos anestésicos (curares), as vacinas, os produtos de contraste iodados utilizados para determinados exames radiológicos também são suscetíveis a desencadear uma reação alérgica mesmo se foram bem suportados anteriormente. Na maioria das vezes, o sintoma é caracterizado por uma erupção cutânea após alguns dias de tratamento, mas pode ocorrer choque anafilático. Assim, a experiência vivida em 1998 por Jean-Pierre Chevènement, ministro do Interior na época, permaneceu nas memórias. Internado no Val-de-Grâce para uma banal operação da vesícula biliar, ele sofreu alergia ao curare e ficou em coma após parada cardíaca. Felizmente, esses acidentes graves são raros.

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6. Mofos

De 5 a 10 % da população seria alérgica ao mofo. Ele está em toda parte, dentro e fora das casas. Eles são transportados pelo ar, inalado por todos e causam episódios de rinites, conjuntivites e asma. Das 80.000 espécies de fungos, quatro tipos estão particularmente envolvidos em alergias. Os Aspergillus crescem em matérias orgânicas em decomposição, nos solos, poeiras, roupas, condicionadores de ar, umidificadores… com um pico reprodutivo no outono e no inverno. Estes são os mais perigosos. O calor, a umidade e a ausência de ventilação favorecem seu desenvolvimento. Os Alternaria também são irritantes. Estes fungos ao ar livre prosperam durante o verão, na palha e nos detritos, mas se instalam também no interior das casas, no couro, nos têxteis ou em alimentos. Os Penicillium não devem ser negligenciados. Eles se desenvolvem o ano todo, em materiais ou vegetais em decomposição, bem como os Cladosporium que se fixam nas plantas, sobretudo no verão.

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7. Himenopteras

Os venenos das himenopteras (vespas, abelhas, marimbondos, formigas) provocam às vezes alergias graves. Ocorrem de três a cinco casos mortais por ano. Não entre em pânico se a reação se manifestar por um simples inchaço no local da picada. O eritema não é grave e desaparece no prazo de 24 a 48 horas. Por outro lado, tonturas, urticária, náuseas ou dificuldades respiratórias são sinais de uma reação alérgica que justifica chamar o Samu (serviço de urgência). Essa alergia é tratada com anti-histamínico mas esteja ciente que a dessensibilização é eficaz em mais de 95 % dos casos.

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8. O látex

Originário da seiva de uma árvore (Hevea brasiliensis), o látex entra na composição de produtos comuns (luvas, óculos de natação, brinquedos e equipamentos médicos…). Essa alergia se refere de 1 a 5 % da população. Sua prevalência aumenta em pessoas particularmente expostas e especialmente à equipe médica, que teria de 5 a 22 % de alérgicos. Os sintomas surgem poucos minutos após o contato: conjuntivite, rinite, asma, urticária, edema de Quincke e, às vezes, um choque anafilático. Em um terço dos casos, as pessoas com alergia ao látex sofrem de alergias alimentares cruzadas com muitas frutas e legumes, incluindo o abacate, o pepino, a banana, o kiwi, o maracujá, a uva…

9. Os cosméticos

O contato com produtos de beleza, perfumes, lenços de limpeza, sabonetes, xampus, pode produzir um efeito devastador: vermelhidões, eczema, urticária… A alergia vem especialmente dos conservantes e emulsificantes que ocultam alérgenos sintéticos (o citronelal, por exemplo) ou naturais (lavanda, citronela…). Alguns são conhecidos e rotulados, mas outros têm surgido há pouco tempo. É o caso de um novo conservante, o metilisotiazolinona (MIT), amplamente utilizados, em cosméticos, em substituição a parabenos, acusados de serem desreguladores endócrinos. De acordo com a Sociedade Francesa de Dermatologia, ele provoca um número crescente de irritações e eczemas, às vezes com dificuldade para respirar e irritações das mucosas.

10. O níquel

Acessórios, como zíperes, botões de calças de brim, armações de óculos, bijuterias, cintos… são a causa da alergia de contato. No banco dos réus: o níquel, além do crômio e do cobalto. O níquel faz muitas vítimas entre os seguidores do piercing. O mal é visto rapidamente pela ocorrência de dermatites nas áreas diretamente em contato com o objeto metálico.

 

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