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América Latina

Marcha do Silêncio: milhares vão às ruas no Uruguai em homenagem aos desaparecidos da ditadura

Foram registradas 35 mobilizações em todos os departamentos e atividades em 12 países

(Foto: Reuters)
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Agência Regional de Notícias - Sob o slogan: “Onde estão eles? A verdade ainda está escondida. A responsabilidade é do Estado”, marcharam nesta sexta-feira milhares de pessoas que, por conta própria ou em nome de organizações de direitos humanos, sindicatos e ex-presos políticos, todos os anos prestam homenagem aos detidos desaparecidos durante a ditadura cívico-militar uruguaia (1973-1985) e exigem uma resposta para as pessoas ausentes que foram vítimas do terrorismo de Estado.

A Marcha do Silêncio, que ficou dois anos sem ser presencial devido à pandemia da Covid-19 e este ano completou sua 27ª edição, é convocada pelo coletivo de Mães e Familiares de Detentos Desaparecidos do Uruguai e acontece todo dia 20 de maio em diferentes partes do país e no exterior. Nesta ocasião, foram registradas 35 mobilizações em todos os departamentos e atividades em 12 países.

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“A homenagem às vítimas não pode ser outra que o reconhecimento através da verdade dos fatos, a recuperação da memória e a exigência de que nunca mais existam torturas, execuções e desaparecimentos forçados de pessoas no Uruguai”, expressa a convocação.

Da mesma forma, a organização de familiares distribuiu cerca de 22.000 fotografias dos quase 200 desaparecidos com um código QR com a história da pessoa para que todas os manifestantes presentes pudessem fazer upload durante a marcha e divulgou vídeos de mães que os incentivam a participar da marcha e carregar "juntos" as imagens.

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Com um silêncio ensurdecedor e milhares de pessoas que encheram mais de 15 quarteirões com passos lentos pela avenida principal de Montevidéu (18 de Julho), a marcha aconteceu após dois anos em que os organizadores tiveram que pensar em estratégias para que, apesar da falta de gente nas ruas, os desaparecidos pudessem ser lembrados virtualmente.

Como acontece em cada edição, o silêncio só é quebrado quando os alto-falantes colocados nas ruas começam a dizer o nome de cada um dos 197 desaparecidos, enquanto as pessoas que marcham dizem com voz calma, mas intensa: "presente".

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No final, que tem como ponto de chegada a Plaza Libertad, canta-se o hino uruguaio e as vozes ganham uma força particular na estrofe "tiranos tremem", que todos os presentes cantam com grande intensidade.

Por meio de uma coletiva de imprensa, o grupo expressou que as fotos que lideram a marcha “simbolizam as dores mais profundas que nossa sociedade experimentou”. "Neles, em seus corpos que as Forças Armadas mantêm sequestrados, está representado todo o sofrimento de uma sociedade dominada pelo mais atroz autoritarismo. Junto a eles está o coração de nossas mães, que iniciaram essa luta e abriram uma luz no escuridão da impunidade, exigindo Verdade e Justiça, para esclarecer seu destino, onde estão?", acrescentaram.

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No site oficial, eles informam que, apesar de alguns passos significativos para esclarecer os eventos que foram realizados no país, “ainda faltam quantidades significativas de verdade relacionadas aos mais de 200 casos relatados”.

Apesar de a ditadura no Uruguai ter terminado há décadas, a verdade é que a busca pelos desaparecidos leva pouco tempo. Somente no início do século XXI a Comissão para a Paz foi formada pelo governo do então presidente Jorge Batlle (2000-2005) e o assunto começou a ser discutido ali. Anos depois, com a Frente Ampla no governo, o primeiro corpo de uma pessoa desaparecida foi encontrado em 2006.

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Desde então, apenas os corpos de cinco dos 197 desaparecidos foram encontrados em diferentes locais militares do país.

“Sem prejuízo das ações sobre esse tema referentes às graves violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar, Familiares promove ações que tendem a buscar a verdade e a justiça, a preservação da memória e a reparação integral das vítimas, realizando eventos de divulgação e promovendo ações para o desenvolvimento dos direitos humanos", diz.

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