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Brasil

A história política do setor imobiliário no Rio

Relação atávica entre empresários do setor e prefeitos, muitas vezes a mesma pessoa, prevalece desde os tempos da Corte

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Se há um setor econômico que historicamente tem detido poder na cidade do Rio desde a proclamação da República, é o setor imobiliário (comercial e construtivo). Para analistas sêniores, a enorme concentração de investimentos imobiliários no RIO-DF, nos anos 30, abriu espaço para que os investimentos industriais fossem para São Paulo. E este poder estimulou a ida de empresários privados desse setor para o setor público. E vice-versa.

Os exemplos são inúmeros: Carlos Sampaio (vide a demolição da Cabeça de Porco a concessão que obteve na área), empresário imobiliário, depois prefeito do Rio; Pereira Passos, urbanista do município neutro da Corte-Rio, depois fornecedor de madeira para obras públicas como a reforma do Rio de 1904-1906 e prefeito do Rio que realizou a reforma; os Irmãos Rebouças que saíram de arquitetos da prefeitura para serem empresários na construção do novo Porto (o de hoje); Vieira Souto, chefe de obras da prefeitura e, em 1922, com Barão de Ipanema, incorporador do novo bairro de Ipanema; Paulo de Frontin etc. Isso sem falar nos governos que serviram aos interesses do setor imobiliário. E isso não parou.

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Vejamos. Foi publicado no jornal Estado de S.Paulo, recentemente, que a administradora de imóveis São Carlos Empreendimentos comprou no mês passado o edifício Generali, localizado no centro do Rio de Janeiro, por R$ 86 milhões. O anúncio foi feito dez dias após a empresa adquirir outro edifício no Rio, o Centro Administrativo Cidade Nova, que custou R$ 97 milhões. Essas foram as aquisições da empresa em 2011 e refletem o seu interesse no mercado de imóveis comerciais da cidade que tem o maior valor de locação e uma das menores taxas de vacância do País. Ao todo, a São Carlos investiu R$ 183 milhões na compra de imóveis em 2011, valor inferior aos R$ 450 milhões gastos em 2010. "Compramos por uma questão de oportunidades. 2010 foi um ano melhor em termos de aquisições, mas ainda passamos por um bom momento no mercado de prédios comerciais", afirma o diretor superintendente da São Carlos, Felipe Góes. "O mercado do Rio é muito atrativo. Existe uma limitação de oferta pelas características geográficas da região e, com a economia aquecida, temos uma demanda elevada de espaços para escritórios", diz Góes.

Pesquisando no Google, sabe-se que Felipe Góes é Diretor Superintendente da São Carlos Empreendimentos e Participações S.A. desde junho de 2011. Anteriormente a São Carlos, o Sr. Felipe Góes ocupava a posição de Secretário Municipal de Desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro, onde foi responsável pelo projeto de revitalização da região portuária e pela atração de investimentos para grandes projetos na cidade, além de acumular as presidências do Instituto Pereira Passos, órgão de planejamento da prefeitura, e do Conselho Municipal de Desenvolvimento.

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Cesar Maia é economista e ex-prefeito do Rio de Janeiro – cesar.maia@terra.com.br

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