Bolsonaro ameaça quem defende Amazônia e diz que gostaria de "matar esse câncer chamado ONG"

Jair Bolsonaro afirmou em sua live na noite desta quinta que não consegue "matar esse câncer chamado ONG". Ele ameaçou aqueles que defendem a floresta: "Vocês sabem que ONG não tem vez comigo, né? Boto pra quebrar com esse pessoal lá"

Jair Bolsonaro e queimadas na Amazônia
Jair Bolsonaro e queimadas na Amazônia (Foto: Reuters)


247 - Jair Bolsonaro ameaçou as pessoas e organizações que defendem a Amazônia, com ataques diversos em sua live semanal na noite desta quinta-feira (3). Lamentou não conseguir "matar esse câncer chamado ONG" e foi adiante:  "Vocês sabem que ONG não tem vez comigo, não é? Boto pra quebrar com esse pessoal". 

O mês de agosto registrou o maior número de focos de incêndio no país em 2020, de acordo com dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) e foram divulgados pelo WWF-Brasil. Na Amazônia, o total de focos de janeiro até agosto é 39% maior que a média dos últimos dez anos.

Segundo Bolsonaro, existiria uma campanha orquestrada por "canalhas" que o acusam de estar incendiando a Amazônia. Ele defende a abertura da Amazônia à exploração de minérios, energética e agropecuária.

Na transmissão, ele disse que sofreu pressão durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro do ano passado, para aumentar as áreas de reservas ambientais e atacou indígenas e quilombolas. 

"Na ONU queriam que os territórios indígenas passassem de 14% para 20%. Já imaginou? Mais reservas? Mais quilombolas? Mais APAs? Aumentando os parques nacionais? O Brasil não aguenta, acaba com o agronegócio. Somos o país que mais preserva o meio ambiente", afirmou.

Ele ainda minimizou as queimadas, com uma comparação ofensiva à floresta e aos povos que lá vivem: "Muitas vezes o proprietário está fazendo uma fogueira de São João e vai para o satélite como foco de incêndio". 

O Ministério do Meio Ambiente é comandado por Ricardo Salles. As críticas à gestão dele na pasta aumentaram a partir do segundo trimestre deste ano, após a divulgação de conteúdo de um vídeo da reunião ministerial que aconteceu no dia 22 de abril, quando ele sugeriu que o governo deveria aproveitar a atenção da imprensa voltada à pandemia de Covid-19 para aprovar "reformas infralegais de desregulamentação e simplificação" na área do meio ambiente e "ir passando a boiada".

Um levantamento publicado na semana passada pelo jornal Folha de S.Paulo  em parceria com o Instituto Talanoa mostrou que, entre março e maio deste ano, o governo publicou 195 atos no Diário sobre o meio ambiente. Nos mesmos meses de 2019, foram apenas 16 atos publicados relacionados ao tema, um aumento de 12 vezes.

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