Bolsonaro "desconcertou quem achava que a ferradura presidencial imporia a marcha da cavalgadura"
"A quebra da liturgia foi completa, ao ponto de desrespeitar mesmo os bons modos. Já as formalidades democráticas viraram informalidades autoritárias. O efeito dessa ruptura tem sido bifronte", afirma a professora de sociologia da USP, Angela Alonso
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - A professora de sociologia da USP e pesquisadora sênior do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, Angela Alonso, afirma que Jair Bolsonaro "desconcertou quem achava que a ferradura presidencial imporia a marcha da cavalgadura", ao analisar o destempero daquele que ocupa à Presidência da República.
Em artigo publicado na Folha, Angela lembra que 2019 foi o ano do porco no horóscopo chinês, símbolo de paciência e bondade. "Já no Brasil, sem dúvida, este foi o ano do cavalo. Houve coices para todos os lados e declarações equinas para todos os gostos - ou para todas as faltas dele", ironizou.
"Seu atributo nuclear é a força, como sublinhou o filho Carlos em tuíte depois da facada: 'O ‘Cavalão’ passa bem'. 'O velho é forte como um cavalo'", lembrou.
Ela ainda comparou a postura de Bolsonaro com outros presidentes brasileiros. "Bolsonaro retomou a tradição Figueiredo, desconcertando os que imaginavam que ferradura presidencial imporia a marcha da cavalgadura", frisou.
E acrescenta: "Vem sendo o contrário. A quebra da liturgia foi completa, ao ponto de desrespeitar mesmo os bons modos. Já as formalidades democráticas viraram informalidades autoritárias. O efeito dessa ruptura tem sido bifronte".
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: