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Brasil

“Condenado, preso ou livre, Lula é fator mais relevante da eleição”

Cientista política e professora da UFMG, Mara Telles avalia que a figura do ex-presidente Lula será determinante nas eleições de outubro, independente da caçada judicial e midiática a que ele está submetido; "O ex-presidente Lula hoje tem um capital político muito forte. As últimas pesquisas do Ipsos apontam que ele seria quase eleito no primeiro turno. Se condenado, ele deve ter a possibilidade de transferir cerca de 40% dos seus eleitores para um outro candidato, ou seja, ele é ainda a principal variável, o principal fator eleitoral em 2018, seja condenado, preso ou livre. Ele é o elemento mais relevante da disputa de 2018", ressalta Telles à RFI 

Cientista política e professora da UFMG, Mara Telles avalia que a figura do ex-presidente Lula será determinante nas eleições de outubro, independente da caçada judicial e midiática a que ele está submetido; "O ex-presidente Lula hoje tem um capital político muito forte. As últimas pesquisas do Ipsos apontam que ele seria quase eleito no primeiro turno. Se condenado, ele deve ter a possibilidade de transferir cerca de 40% dos seus eleitores para um outro candidato, ou seja, ele é ainda a principal variável, o principal fator eleitoral em 2018, seja condenado, preso ou livre. Ele é o elemento mais relevante da disputa de 2018", ressalta Telles à RFI  (Foto: Aquiles Lins)
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Márcia Bechara, RFI - O ano de 2017 foi politicamente conturbado no Brasil e 2018 promete ser ainda mais movimentado. Para fazer uma análise desse cenário, a RFI Convida a cientista política Mara Telles, professora e pesquisadora do Departamento de Política da UFMG.

Segundo ela, o que melhor caracterizou o Brasil e o mundo politicamente no ano que passou foi a perda da confiança na democracia. "Tanto o Brasil quanto outros países estão num processo de 'des-democratização'. Tomava-se como certa a democracia e seus valores, eleições livres e competitivas, Estado de direito, direitos humanos e liberdades civis eram instituições consolidadas nas sociedades ocidentais e no Brasil, e que isso iria se expandir em 2016 e 2017. Depois do impeachment da presidente [Dilma Rousseff] não foi isso que aconteceu", avalia Telles.

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"Essa lógica de uma democracia liberal, nascida na década de 1980, está sendo colocada em xeque. Vemos no Brasil líderes de movimentos e partidos populistas de tendência antiliberal ganhando mais espaço na opinião pública e ocupando classificações importantes na corrida eleitoral prevista para 2018", pontua a especialista.

Avanço do populismo: perspectivas para 2018

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A professora observa que a geração nascida nos anos 1980 e 1990 demonstra menos apoio à democracia e parte deste público tem se deixado seduzir por candidatos de perfil populista autoritário, como é o caso de Jair Bolsonaro. "Bolsonaro ameaça a democracia porque desafia seus valores-chave, como o pluralismo, a tolerância social", explica.

Condenação de Lula?

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A pesquisadora observa que, neste contexto, a presença do ex-presidente Lula no pleito será "um fator importante nas eleições", sendo ele condenado ou não. "O ex-presidente Lula hoje tem um capital político muito forte. As últimas pesquisas do Ipsos apontam que ele seria quase eleito no primeiro turno. Se condenado, ele deve ter a possibilidade de transferir cerca de 40% dos seus eleitores para um outro candidato, ou seja, ele é ainda a principal variável, o principal fator eleitoral em 2018, seja condenado, preso ou livre. Ele é o elemento mais relevante da disputa de 2018", ressalta a cientista política.

"Mas a condenação me parece ser o que está previsto em seu segundo julgamento em 24 de janeiro. Alguns juízes da 4ª TRF [Tribunal Regional Federal da 4ª Região] já disseram à imprensa que o prognóstico é que ele venha novamente a ser condenado e que saia do processo eleitoral, o que vai gerar muita incerteza", analisa Telles.

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A pesquisadora sublinha que o PT e PSDB estão bastante fragilizados perante a opinião pública - o PSDB não consegue sair dos 8% de aprovação e de intenção de voto. "Nesse sentido, o crescimento de um candidato antipolítica, de um outsider, de um empresário qualquer, ou de alguém com outro capital não político pode também aparecer e surgir nas eleições de 2018", afirma.

Indulto de Natal de Temer, responsabilidade da mídia

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O Brasil termina o ano com o indulto de Natal de um presidente impopular, uma medida muito criticada pela operação Lava-Jato. Como que fica para os brasileiros a leitura desse indulto, considerado um retrocesso no combate à corrupção? Para Mara Telles, "a confiança no Congresso é baixíssima, existe uma aversão à classe política brasileira em geral, produzida também em função do papel que a mídia vem exercendo de descaracterizar a classe política como um reino exclusivo da corrupção e, com esse indulto, dado por um presidente que poderia ser investigado, que não o foi, e que conseguiu maioria no Congresso, só aumenta a desconfiança no Congresso".

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