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Contra corrupção, 7 moralistas do impeachment são réus no STF

Pelo menos sete dos 70 deputados que votaram 'contra a corrupção' na apreciação da admissibilidade do impeachment são réus no STF por crimes que vão de formação de quadrilha a tentativa de homicídio; Raquel Muniz (PSD), de Minas Gerais, se tornou emblemática menos de 24 horas depois da sessão, com a prisão de seu marido, o prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz, por suspeita de corrupção; Raquel disse ao votar que "o Brasil tem jeito", e que "o prefeito de Montes Claros é exemplo disso"; ela também responde a processo, por 'crime de fé pública'

Pelo menos sete dos 70 deputados que votaram 'contra a corrupção' na apreciação da admissibilidade do impeachment são réus no STF por crimes que vão de formação de quadrilha a tentativa de homicídio; Raquel Muniz (PSD), de Minas Gerais, se tornou emblemática menos de 24 horas depois da sessão, com a prisão de seu marido, o prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz, por suspeita de corrupção; Raquel disse ao votar que "o Brasil tem jeito", e que "o prefeito de Montes Claros é exemplo disso"; ela também responde a processo, por 'crime de fé pública' (Foto: Romulo Faro)
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247 - Dona de um dos discursos mais 'emotivos' ao proferir seu voto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, a deputada Raquel Muniz (PSD), de Minas Gerais, se tornou emblemática menos de 24 horas depois da sessão, com a prisão de seu marido, o prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Muniz, por suspeita de corrupção.

Raquel disse ao votar que "o Brasil tem jeito", e que "o prefeito de Montes Claros é exemplo disso". Mas não basta o marido ser suspeito de corrupção. A deputada, que está entre os 70 que usaram a palavra corrupção para justificar seu voto, é também suspeita de corrupção. Ela responde a processo por 'crime de fé pública'. 

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Outro moralista ferrenho no plenário na votação do impeachment, o deputado André Moura, do Partido Social Cristão (PSC) de Sergipe, responde a pelo menos quatro inquéritos criminais, entre eles por suspeita de formação de quadrilha e tentativa de homicídio. Ele iniciou seu voto a favor do impeachment dizendo que "o país vive o maior escândalo de corrupção da história".

Um dos mais fiéis aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado sergipano também é investigado por desvio de recursos públicos.

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Pelos menos 7 dos 70 parlamentares que citaram corrupção na tribuna da Câmara no domingo (17) respondem a inquéritos ou ações penais no STF (Supremo Tribunal Federal) que miram em delitos graves como corrupção e desperdício do dinheiro público.

Um dos deputados mais votados do Distrito Federal em 2014, Alberto Fraga, do DEM, é mais um da lista dos investigados. Em inquérito no STF, ele é suspeito de ter recebido R$ 350 mil em propina enquanto secretário de Transportes do DF, na gestão de José Roberto Arruda, preso pela Polícia Federal. 

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"Se 342 votos eu tivesse, 342 votos eu daria para salvar o país dessa corrupção, dessa ladroagem que se chama PT. Meu voto é sim", esbravejou Fraga na tribuna da Câmara.

Rômulo Gouvêia do PSB da Paraíba, afirmou que a Câmara estava votando "o combate à corrupção". "É o fim da corrupção", decretou o socialista, que responde a uma ação penal sob a acusação de ter dispensado de forma ilegal licitação para contratação de uma empresa de publicidade quando presidia a Assembleia Legislativa da Paraíba, em 2003.

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Ele também é um dos alvos de inquérito do STF, em segredo de Justiça, que investiga fraude no programa de internet gratuita no Estado. O contrato sob suspeita teve verba destinada pelo deputado.

Duarte Nogueira (PSDB-SP) não figura na relação de alvos do Supremo, mas em janeiro foi apontado pelo ex-presidente da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) Cássio Izaque Chebab como beneficiário da propina do esquema da merenda escolar.

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Ele justificou seu voto em favor do afastamento de Dilma "pelo reencontro desse país maravilhoso com a esperança, porque não aguenta mais tanta afronta à Constituição, mentiras, impunidade e corrupção".

Um dos que pregaram a extinção "do projeto de poder e de corrupção" integra a lista de congressistas da Operação Lava Jato. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) é citado pelo doleiro Alberto Yousseff como um dos possíveis destinatários do suborno pago ao líder do PP à época. O dinheiro seria proveniente de desvios na Petrobras.

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Mas do lado dos que estavam contra o impeachment também há possíveis falsos moralistas, como a deputada Érika Kokay (DF). Ela votou "contra a corrupção que está sentada na presidência desta sessão", se referindo a Eduardo Cunha". A deputada é ré no STF por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha.

Eles negam as acusações

André Moura argumenta que não foram encontradas provas contra ele. "Foram denúncias de um adversário político, afastado da prefeitura por corrupção, que admite não ter provas e que já mudou depoimentos. Fui inocentado pela Justiça de Sergipe", diz o deputado ao jornal Folha de São Paulo.

Duarte Nogueira diz que a corregedoria do Estado concluiu a primeira etapa da apuração das fraudes na merenda em São Paulo e concluiu que ele "não recebeu nenhuma vantagem indevida". "Meu nome foi citado de forma irresponsável e leviana", acrescenta o tucano.

Érika Kokay atribui a investigação a um falso testemunho encomendado por um adversário que ela investigou na Comissão de Ética. Luiz Carlos Heinze diz que a citação a ele feita por Alberto Youssef é frágil. "Mostraram uma imagem minha e perguntaram ao Youssef se eu recebia. Ele pestanejou e disse que 'para mim, recebia'".

Rômulo Gouveia e Raquel Muniz não responderam, e Alberto Fraga não quis comentar.

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