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Crise no MEC é provocada por Bolsonaro, diz educador desconvidado a assumir a pasta

"A palavra do presidente tem que valer. Tivemos cerca de quatro nomes para a secretaria executiva do MEC. Dois ou três assumiram, um foi anunciado pelo ministro, mas não confirmado pela Presidência. Eu nunca vi isso. Isso é um desgaste absurdo para o ministério", disse o educador e diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, que chegou a ser convidado para o cargo, mas foi dxesconvidado por pressão da bancada evangélica

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247 -Mozart Neves Ramos, educador e diretor do Instituto Ayrton Senna, que depois de aceitar o convite para ser o ministro da Educação do governo Bolsonaro, foi desconvidado pelo presidente que nomeou Ricardo Vélez Rodríguez, disse que a inabilidade do atual ministro e o fato de Bolsonaro permitir interferências externas na pasta formam a "tempestade perfeita". Em novembro do ano passado, a bancada evangélica vetou a possível nomeação de Ramos para comendar o MEC , por considerar que ele era um "esquerdista.

A afirmação foi dada ao ser questionado se a responsabilidade da crise no MEC é de Bolsonaro ou Vélez. "A palavra do presidente tem que valer. Tivemos cerca de quatro nomes para a secretaria executiva do MEC. Dois ou três assumiram, um foi anunciado pelo ministro, mas não confirmado pela Presidência. Eu nunca vi isso. Isso é um desgaste absurdo para o ministério e não há mais tempo. Não se pode mais errar", disse em entrevista ao jornal O Globo.

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Segundo ele, o grande desafio do Vélez "era a ausência de experiência em gestão pública. Para gerir o maior órgão da Educação no país é muito importante que se tenha alguma experiência, por outro lado isso teria sido minimizado se ele tivesse tido a oportunidade de formar uma boa equipe, harmoniosa. Mas ele também não teve. Teve uma equipe muito fragmentada de acordo com os interesses não só da bancada evangélica, mas também do Olavo de Carvalho, dos militares, do Paulo Guedes. Ele teve um coquetel de pessoas com ideologias e pensamentos diferentes. E continuamente as ingerências externas", avaliou Ramos.

Ramos disse ainda que o nível de desgaste do ministro Vélez é "irreversível" e a saída de Vélez necessária. "O ministério precisa de um novo oxigênio. Não adianta botar quem quer que seja se não houver autonomia para formar sua equipe, conduzir os processos sem a ingerência de pessoas externas. O ministro tem que ser blindado pela Presidência da República", destaca ele, apontando que o ministro foi rifado por Bolsonaro.

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Ramos cita como exemplo bem-sucedido de política educacional o programa de alfabetização do governo do Ceará, governado por Camilo Santana (PT).

"Alfabetizar as crianças até os 7 anos é o primeiro dever de casa a ser feito. O Brasil tem que aprender com o Brasil. Temos o exemplo do Ceará, que faz isso bem", aponta Ramos, que crítica o modelo adotado pelo governo federal. "Ao considerar a alfabetização das crianças uma prioridade e criar a Secretaria Nacional de Alfabetização, o MEC tomou uma medida acertada. Por outro lado, é preciso entender que existem muitos modelos de alfabetização e que é inconstitucional impor apenas o método fônico. O MEC erra ao dizer 'você pode fazer o seu método, mas não vou financiar o seu, só vou financiar se implementar o método fônico'", destaca.

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